
Uma autêntica maravilha da tecnologia moderna, os telemóveis vieram trazer ao mundo uma dimensão de “já aqui” (pelo menos até onde as imponentes antenas foram capazes de transmitir as ondas…). É incrível como se suprimem milhares e milhares de quilómetros, como a felicidade ou as más notícias podem ser veiculadas em tempo real, como uma chamada feita em situação de emergência é passível de salvar uma vida!
É claro que, depois, personalidades desviantes reconhecem-lhes vantagens mais perniciosas, que incluem o aviso da presença ou ausência de condições para efectuar roubos, a realização de ameaças, o acerto de pormenores de alguma fraude por parte de malandros de qualquer espécie, arranjinhos extra-conjugais, enfim, toda uma série de ilícitos que se tornaram mais fáceis, rápidos e precisos.
Os antepassados dos telemóveis que hoje conhecemos eram apelidados de “tijolos” e, quando se olha para eles e se pega num desses “jurássicos” percebe-se bem porquê: a forma é designativa, mas é o peso que os remete para a categoria de “arma de arremesso! Há quem desmaie por menos… Actualmente, assemelham-se mais a “ervilhas nervosas”, que vibram desalmada e freneticamente, à deriva num bolso ou numa mala, como se sofressem da doença de Parkinson. Às vezes, pelo seu reduzido tamanho e pela iminência de os perder, seria proveitoso engendrar uma adaptação do sistema de GPS para os localizar… Ou então colocar-lhes algo do estilo da pulseira electrónica, a fim de saber o seu posicionamento em cada momento.
Há pessoas para quem o telemóvel se tornou indispensável, por razões profissionais ou outras quaisquer, revelando total dependência deste aparelho. Para outras, porém, incarna mais uma definição de “telefixo”, dado que não lhe ligam nenhuma nem se preocupam em levá-lo quando saem. Como em tudo, os extremos não são salutares; há que recusar a escravidão do telemóvel e da disponibilidade absoluta, mas, por outro lado, desenvolver o aproveitamento da modernidade e do que ela tem para oferecer, que constitui factor de liberdade.
É profundamente desaconselhável transportar telemóveis próximo de cartões magnetizados (uma vez que os códigos podem ser apagados) ou de chaves de carro com controlo remoto. Também não é recomendável trazê-los no bolso da camisa, junto ao coração, mormente quando se tem um padecimento a nível deste órgão. Podem-se ter os amigos perto do coração de formas distintas…
Outros problemas que os telemóveis podem apresentar são as interferências, o esgotamento ou o “falecimento” da bateria e o prejuízo em termos de saúde das longas exposições às ondas.
Portanto, quando do outro lado se encontrar alguém que aparenta estar ligado à corrente, interfira você no sentido de o “desligar”…