rua-direita rua-direita publicou: Os jovens e os celulares
Quando os celulares foram criados na década de 90 eles eram utilizados simplesmente para emitir e receber chamadas. Eram caros e, em virtude disso, poucas pessoas tinham acesso, a duração da bateria era bastante curta e os aparelhos eram muito grandes. Hoje eles têm inúmeras outras funções, são bem menores, com longa duração e atraem cada vez mais os jovens que veem neles uma necessidade para se comunicarem e sobreviverem.

O celular para os jovens é uma forma de aceitação social, praticamente todos têm celulares, e o utilizam para se aproximarem uns dos outros através de mensagens, fotografias e ligações. Os adolescentes personalizam seus aparelhos celulares e não conseguem se desligar deles. Utilizam-no como forma de expressar seus sentimentos e desejos. Através desta tecnologia eles têm acesso à internet, a rádio e televisão. Ou seja, um celular conecta o jovem ao mundo. São várias opções tecnológicas dentro de um mesmo aparelho.

O aparelho é quase uma parte do corpo do jovem e traz uma série de modificações na maior parte positivas na vida deste jovem, pois organiza sua rotina, propicia um contato mais intenso com os amigos e dá segurança aos pais de entraram em contato constante com seus filhos e saberem aonde e com quem eles estão. O celular é um meio de marcar encontros, de não se sentir sozinho e quanto mais se recebe e envia mensagens mais se tem certeza de ser aceito e querido por um grupo.

Contudo, o aparelho celular não trouxe somente aspetos positivos à vida dos adolescentes, com ele vieram alguns malefícios. O custo de manutenção para alguns é alto, pois como estão constantemente utilizando o aparelho, não há um filtro que indique que há excesso no uso e, com isso, a conta torna-se por vezes, exorbitante e desnecessária. Ainda e, mais importante que o custo, pode-se verificar a dependência que esta tecnologia desperta entre pais e filhos, já que a oportunidade de estar em constante contato um com o outro pode gerar conflitos.

Os filhos podem ligar constantemente para os pais a fim de resolver questões banais de seu dia a dia, dificultando, com isso, a construção da sua autonomia. E os pais podem ficar demasiado interessados na rotina dos filhos, sufocando-os e desesperando-se quando, por algum motivo, não conseguem entrar em contato com os filhos. Não se pode descartar a ação de desligar o celular que muitas vezes os jovens fazem para não serem constantemente interferidos pelos pais. O adolescente quer sentir-se livre e não tolera quando os pais o perturbam na presença dos outros integrantes de seu grupo. Sente-se constrangido e se revolta. Sob este aspeto é importante fazer combinações com o jovem para não haver excessos ou omissões.

A adolescência é uma fase de altos e baixos e o equilíbrio dos pais é fundamental para um bom relacionamento. O aparelho celular é uma ferramenta que o jovem encontrou para expor seus sentimentos, mas que não pode causar dependência ou ser o único meio que o adolescente encontra de dar e receber carinho.

É importante que o jovem perceba o momento adequado para utilizar o aparelho celular, evitando que ele seja usado durante o período do sono ou da aula e não deixá-lo interferir nos momentos de diálogo e interação com outras pessoas. É fundamental, também, que o adolescente consiga um tempo para ele, sem a constante dependência do aparelho. Um momento de celular desligado em que o jovem possa dedicar-se a outras atividades é sinônimo de saúde. O excesso além de gerar dependência, causa depressão e insegurança.