rua-direita rua-direita publicou: Cuidado com os antidepressivos
Os antidepressivos são dos medicamentos mais vendidos em todo o mundo, representando muitos milhares de milhões de dólares (ou euros) de movimento anual, pelo que consubstanciam um domínio de grande apetência para as indústrias farmacêuticas, que não se coíbem de dedicar a esta classe farmacológica um marketing directo acérrimo.

O objectivo primordial dos antidepressivos é bloquear diversas facetas do mecanismo de transmissão sináptica nos neurónios, aumentando os níveis de neurotransmissores como a serotonina, a norepinefrina e a dopamina. Com este aumento pretende-se estabilizar o humor e as emoções.

Os inibidores selectivos de recaptação da serotonina costumam ser eficazes e bem tolerados pelos pacientes. Não obstante, em determinados doentes, os efeitos colaterais aparecem de forma mais agressiva e podem constar de náuseas, tonturas, vómitos, insónia, anorexia, ansiedade, disfunção sexual e muitos outros sintomas, mais ou menos incómodos e/ou incapacitantes (tanto quanto a própria patologia depressiva). Alguns antidepressivos são, inclusivamente, passíveis de incrementar o risco de tentativa de suicídio! Na verdade, há antidepressivos que fomentam pensamentos e comportamentos suicidas, que também podem ocorrer com a respectiva privação.

É comum, quando um paciente se queixa de determinados efeitos secundários da medicação antidepressiva que lhe foi prescrita (como letargia física e mental, perda do interesse e performance sexual e ganho mensurável de peso) que é mesmo assim e que há que habituar-se a viver com eles. Ora, soa a paradoxo que a cura tenha consequências tão ou mais perniciosas que o mal…! Quer, então, dizer que a depressão é uma dupla sentença? Não faz sentido! O fraco bem-estar que se conseguiu e todo o trabalho da auto-estima não se podem desvanecer deste modo…Até porque um tal cenário seria palco de abandono da terapêutica medicamentosa (ninguém precisa de juntar o inútil ao desagradável!), o que resultaria em novos sintomas.

Os relatórios estatísticos dão conta que entre 30 e 80 por cento dos doentes medicados sofrem efeitos secundários graves que lhes embargam a concretização das aptidões profissionais e relacionais.

A questão dos efeitos secundários dos antidepressivos está ainda pouco explorada, mas é certo que eles constituem agentes de grande potência, capazes de originar alterações de monta nos sistemas neuroquímico e hormonal. Os danos colaterais decorrem do impulso inato do organismo para reencontrar o equilíbrio desencadeado pelos remédios.

As grávidas devem ter especial cuidado na administração de fármacos deste tipo, pois o perigo de terem filhos com hipertensão pulmonar persistente severa é bem real. Nestes casos, a falha respiratória pode ser fatal.

Já existem terapias alternativas aplicadas ao tratamento da depressão. O ideal seria encontrar aqui a resposta para os problemas depressivos, uma vez que não comportam efeitos indesejáveis. Ninguém se deve conformar com “meia vida” só porque sofre de depressão e está a fazer um programa de recuperação pela via medicamentosa. Uma pessoa que decide restabelecer-se da sua doença aspira à felicidade e à satisfação pessoal, à vitalidade, a uma imagem pessoal positiva e à merecida qualidade de relações com outros seres humanos. Sobreviver à depressão veta a verdadeira vida! Não somos robots…