
A ciência veio substituir, e nalguns casos, proscrever a experiência, tida como o manual de cuidados a dispensar às crianças.
Por exemplo, sabe-se hoje que a partir das 12 semanas o feto já é capaz de ouvir e que retém na memória os sons após o nascimento. Os sons graves, nos quais se inclui a música clássica, têm um efeito tranquilizador. No que se refere aos ritmos binários, há uma vantagem extra, que diz respeito à sua similitude com o batimento do coração da mãe. Aliás, é precisamente por embalarem os bebés com uma cadência igual ao seu ritmo cardíaco que as mães conseguem adormecê-los com maior facilidade.
A importância do aleitamento é inegável, independentemente do grau de liquefacção do leite. Ser mais ou menos grosso não lhe confere mais ou menos qualidade. A amamentação exclusiva até aos seis meses é extremamente benéfica. O que se verifica é que com a introdução de outros alimentos, as criancinhas começam a apresentar gastroenterites e problemas do foro digestivo a que até aí se tinham revelado imunes. A mulher deve optar por uma alimentação sortida desde a gestação, para que o feto, que às 14 semanas inicia o desenvolvimento das células sensíveis ao sabor, vá tomando contacto com a variedade. Abolir laranjas, cebolas, leguminosas e chocolates da dieta não impede as cólicas no bebé.
A obsessão em ferver ou esterilizar biberões e tetinas pode ser eliminada se quem trata do bebé lavar devidamente as mãos, e com frequência. Não havendo resíduos, não há condições para a proliferação de doenças infecciosas.
Está provado que atrasar a diversificação alimentar, ainda que se trate de alimentos potencialmente alérgicos, como gema de ovo ou certas frutas, não aporta benefícios. Paralelamente, é errado obrigar a comer ou negociar uns alimentos por outros (geralmente um doce a compensar a sopa). Os legumes e as frutas influenciam a alimentação na vida adulta, pelo que devem estar sempre presentes.
Os suplementos alimentares, como as vitaminas, não são necessários senão em casos de excepção. Uma nutrição equilibrada é garante de resposta suficiente às necessidades diárias de nutrientes. Apenas a vitamina D deve ser ministrada, especialmente no primeiro ano de vida. Trata-se do antigo óleo de fígado de bacalhau, a que muitos pais e avós viravam a cara.
Há progenitores que andam constantemente a medir e a pesar os seus bebés. O que muitas vezes acontece é que, perante as normalíssimas oscilações de um organismo com um ritmo próprio e em crescimento, entram em pânico, por atribuírem a uma eventual redução de peso um sinal de doença. Já lá vão os tempos em que gordura era formosura!...