
Na região semi-árida do Nordeste do Brasil, a pecuária de leite apresenta grande expressão econômica e social. Entretanto, atualmente passa por períodos prolongados de seca, escasseando as forragens.
Para manter altos índices de produção e resolver os problemas causados pela deficiência alimentar é fundamental a adoção de técnicas capazes de garantir o aproveitamento de toda a forragem produzida no período chuvoso, utilizando-a posteriormente para suplementação alimentar no período seco. A utilização de plantas forrageiras adaptadas às condições climáticas desta região é uma ferramenta alternativa apontada para solucionar esses problemas. Entre as opções, a palma forrageira apresenta grande vantagem, por ser uma planta bem adaptada às condições de seca, por possuir fácil plantio e elevada produção de matéria seca por hectare (10.000 metros2).
A palma forrageira é uma cactácea de origem mexicana, rústica, resistente e adaptada a regiões secas. A palma forrageira sem espinhos é proveniente da região do Texas (EUA).
A palma forrageira, além de sua riqueza em carboidratos, que a caracteriza como alimento energético, apresenta na sua composição química alto teor de umidade, o que a torna uma reserva estratégica de água para os animais no período seco do ano. Segundo SANTOS (1998), devido à boa palatabilidade da palma forrageira, vacas consomem facilmente 100 kg de palma in natura por dia. Por outro lado, devido aos baixos teores de matéria seca (MS) e fibra em detergente neutro (FDN), faz-se necessário associá-la à fonte de fibra de boa qualidade, quando está presente como único ingrediente ou em quantidades elevadas na alimentação de vacas leiteiras. Caso contrário, poderá levar os animais a apresentarem distúrbios, como diminuição da ruminação, queda no teor de gordura do leite, diarréia e, em alguns casos, perda de peso do animal. A fibra é fundamental para manter as condições ótimas do rúmen, pois, altera as proporções de ácidos graxos voláteis, estimula a mastigação e mantém o pH em níveis adequados para a atividade microbiana (Mertens, 1992).
A palma não deve ser fornecida, como único e exclusivo alimento aos animais, pois, apresenta limitações quanto ao teor protéico e de fibra, não conseguindo, assim, atender às necessidades nutricionais do rebanho. Então, torna-se necessário o uso de alimentos volumosos e fontes protéicas.
A palma é utilizada em ampla escala para alimentação do rebanho leiteiro em regiões do Nordeste brasileiro, com muito sucesso, pois, usualmente encontram rebanhos de alta produção consumindo esse alimento. Poucas forrageiras possuem tal nível de carboidrato não fibroso, sendo este mais um aspeto que torna a palma forrageira um requisito básico para projetos de exploração leiteira em regiões secas.