rua-direita rua-direita publicou: Os segredos de um bom aluno
Não há dúvida que, sobretudo após as férias, é difícil dar o arranque nos estudos. Depois, vêm aquelas perguntas do costume: «Estudar o quê? Para quê? Porquê?» Além do mais, a televisão e os jogos são bem mais apelativos… «Existe alguma receita mágica de combate à preguiça?» «Como é que se estuda? Por onde começar?»

Há alunos que vão para as aulas de mãos e cérebro a abanar… literalmente. Uma vez lá, põem-se a olhar para a morte da bezerra, entretêm-se com os próprios pensamentos e até uma mosca é suficiente para lhes desviar a atenção do que se vai passando dentro da sala. Tudo o que seja esforçar-se, fazer o que custa (estar concentrado, escrever apontamentos ou seguir as leituras pelo livro da disciplina) é sinónimo de juntar o inútil ao desagradável.

A questão é que, à semelhança do que ocorre com a nutrição, em que o que comemos hoje tem consequências no nosso corpo de amanhã, a alimentação da inteligência também precisa de ser cuidada. Até para não acontecer que nas vésperas dos testes se fique vermelho a tender para o roxo e se façam maratonas de pseudo-estudo, numa espécie de “dietas de engorda intelectual”. Se não se forem lavando os dentes sempre que se come, não vale a pena engolir à pressão uma pasta dentífrica inteira para remover as cáries, porque não resulta. Para compreender as matérias e saber responder às perguntas dos livros e dos testes, é necessário estudar mais espaçadamente ao longo do tempo. Se entre o comer e o assimilar da comida decorre um tempinho, entre aprender e compreender os conteúdos programáticos é o mesmo…

Antes de começar a estudar, organiza-se o material: cadernos, livros de texto, dicionários, etcétera. Olha-se para o horário e planifica-se a ordem de trabalhos. Pode encetar-se a tarefa pela leitura das aulas desse dia ou preparar as da jornada seguinte. Não tendo Internet em casa, os intervalos ou horas vagas podem aplicar-se, por exemplo, em pesquisas.

Tentar descobrir as ideias principais e sublinhá-las pode ajudar bastante. Elaborar esquemas de ligação entre elas e verificar se se está apto a responder às perguntas do fim do capítulo também. Modificar títulos ou subtítulos para melhor os memorizar é outra dica. Em acréscimo, definir metas e dar-se uma recompensa sempre que se atingem, como ouvir música, jogar no computador ou comer um chocolate.

Há quem dê aulas aos jogadores de futebol predilectos, alinhados através de cromos, e só termine quando gosta das repostas que lhes transmite. Os TPC são uma boa maneira de praticar exercícios e verificar potenciais lacunas (e não uma fórmula malévola dos professores para massacrar os alunos…). Resolver testes de anos anteriores e tirar dúvidas com colegas e professores constituem, igualmente, boas estratégias.

Em suma, trata-se de estudar o estudar, sendo que primeiro há que perceber e só depois memorizar. O mais importante é, de facto, compreender o mundo para o tornar melhor.