Dizer que toda a humanidade, conhece apenas um Deus, e que, este criou o céu a terra e tudo o que nela há, seria um sinal de falta de respeito para mais de dois terços dos povos que habitam este planeta.
A Bíblia Cristã diz-nos o seguinte: “Não terás nenhum outro deus além de mim. Não farás para ti nenhuma imagem esculpida, seja do que está no alto do céu, ou em baixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não as adorarás, porque Eu, o Senhor, sou o teu Deus, um Deus ciumento, que castigo a iniquidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração dos que me ofendem.” (para confirmar este segmento basta abrir a Bíblia em DT:5).
Mas atenção, isto é o que está na bíblia cristã e antes de surgir a religião cristã e a católica, já outras existiam (que devem ser respeitadas mesmo que não vão de encontro com as suas crenças), e para algumas destas, existe mais que um Deus, existem Deuses.
A cultura indiana, por exemplo é uma destas religiões seculares politeístas (vários Deuses), que entra em contradição com o pequeno excerto que colocamos da bíblia cristã. A cultura indiana é uma das mais antigas do mundo.A mitologia hindu surgiu da religiosidade dos hindus e estas crenças e práticas foram transmitidas de geração em geração.
Segundo os hindus, Brahma, Vishnu, Shiva constituem a sua Santa Trindade.
Tem um aspeto feminino que emana a energia de Sakti, e que é representado por Saraswati, Lakshmi e Durga.
Sarasvati é a criação, a sabedoria, as artes, a dança e a música.
Lakshmi é a beleza, a prosperidade, o progresso material e espiritual. Mas quando se trata de poder, de força, de luta contra o mal, o aspeto divino é que prevalece e é o Durga.
Durga é o poder maior que existe no universo segundo os hindus, e dizem que quanto mais forte, transforma-se em Kali para reorganizar e transformar o que precisa ser mudado.
Todo o hindu tem adoração, respeito e devoção com Durga, mas seu culto é maior no Bengal, onde este é comemorado em outubro, onde existe o maior festival indiano que é o Durga Puja.
Durante o festival, milhares de indianos comemoram a vitória de Durga contra o Asuras, que é um demónio da sua teologia. Este é um festival de alegria e exaltação eufórica, sendo em termos de energia e ambiente, comparado muitas vezes ao Carnaval Brasileiro. No final da celebração, os participantes lançam imagens de Durga, ao rio Ganges, para que simbolicamente, no ano seguinte sejam construídas novas esperanças.
Dentro do hinduísmo, criam-se diversos aspetos para o absoluto (deus único) que manifesta sua energia no Brahma, o criador; Vishnu, o conservador e Shiva, o transformador (destruidor). Estes lutam e querem ser como na trindade cristã: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Lord (Senhor) Shiva é o bailarino cósmico nesta escada divina, pois com a sua dança ele transforma o universo, destruindo para que haja renovação e criação, dando continuidade cíclica à evolução universal, num eterno pulsar cósmico. Uma imagem muito conhecida de Lord Shiva é o Shiva Nata Raja, onde ele dança em volta do fogo que é o elemento da destruição. Ele tem numa das mãos o Damru, que é uma espécie de ampulheta que emite um som como a paisagem do tempo. Dos seus cabelos brota e nasce o Rio Ganges. Ele tem um pé suspenso, como demonstração da libertação da ilusão e o outro pé pisa um anão que simbolicamente representa o ser pequeno, o ego. A mão direita significa proteção, a esquerda mostra o pé que está suspenso, que é a libertação.
No livro sagrado do hindu explica-se que, de tempos a tempos, nasce aqui na terra um grande ser, tal como dizem que surgiu há quase cinco mil anos atrás, Krishina na sua forma original. Dizem que apesar de pertencer a uma dinastia de reis, ele foi criado como um pastorzinho de vacas em uma pequena cidade chamada de Vrindavana, onde cresceu como uma criança muito indisciplinada, mas extraordinária. Quando realizando as suas tarefas que, devido ao seu potencial ilusório, pareciam comuns aos olhos de quem o rodeava. Dizem também que ele cresceu e se transformou num rapaz fascinante (Gopala), que ao simples toque de sua flauta encantava o universo inteiro, e que atraia a atenção das mocinhas locais, principalmente da sua eterna Consorte Radha.
Segundo conta a história, eles formam um casal supremo, e por isso são chamados os deuses absolutos da devoção e do amor. Para que entenda realmente quem é Krishna, aconselhamos que leia o livro, Bagavad-Gita, de Mahabarata. Este conta a maravilhosa história de sua vida e seus ensinamentos aqui na Terra.
Outro deus da Índia é Lord Ganesha, esse diz ser o mais popular da Índia.
Saiba que em todas as casas dos hindus tem uma representação de Ganesha, pois ela tem a função de quebrar os obstáculos que impedem de progredir tanto materialmente como espiritualmente. Ganesha ele tem a cabeça como a de um elefante, e que sua tromba abre caminhos, e retira todos os empecilhos que surgem em uma caminhada, e saiba que ele funciona como um radar, que presente os perigos que estão a sua volta, e o que está por vir. Ele é o filho de Parvati e Shiva e ele tem os atributos tanto masculino como feminino. E com essa dupla força Ganesha tem o poder de vencer todos os obstáculos. Pois saiba que ele é o escritor do Mahabarata, que é uma obra de sabedoria necessária para o progresso de um ser humano. Ganesha é ao mesmo tempo forte e suave. Dizem que ele é rápido, pois seu veículo é um ratinho. Ele adora ser chamado de um doce Ladoo que é sempre representado em suas imagens e tem armas que o defendem dos inimigos, tanto de longa distância como a curta distância.
Para quem apenas conhece a Bíblia Cristã, ler acerca de todas estas histórias e deuses estrangeiros, irá parecer estranho e distante do que já sabe, mas quem sabe irá descobrir que existem várias semelhanças entre, os deuses do ocidente e oriente e que apesar de muitas das leis e regras, nomes e imagens usadas na representação dos deuses pesquisados, a realidade é que podemos encontrar fatores muito similares nas mais diferentes religiões e cultos.
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rua-direita, e atualmente tem comentários.
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