rua-direita rua-direita publicou: Ajude o seu filho em tempo de exames
A memória constitui uma das capacidades mais prodigiosas do ser humano. Os bebés nascem logo com essa competência, mas como não lhes é possível evocar os acontecimentos, dada a falta de linguagem, não se sabe o que lhes ficará retido. A “lembrança” de determinadas músicas que escutaram na barriga da mãe parece ser disso prova. Certo é que a capacidade de memorização vai amadurecendo com o crescimento e, na fase final da vida, sofre alguma deterioração. Trata-se de um processo mental que pressupõe a junção de pedaços de informação e de conhecimentos, com o propósito de gerar novas ideias, o que auxilia sobremaneira na tomada de decisões. Estimular a memória do seu filho é uma das melhores maneiras de o ajudar nos tempos difíceis que são os de exames escolares. E, ao fazê-lo, fornece-lhe um meio eficaz para o sucesso.

Está provado que algumas vitaminas, como a tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12, são essenciais para o funcionamento apropriado da memória e podem ser encontradas nos cereais, vegetais e frutas. Uma vez mais, o equilíbrio da alimentação está intimamente relacionado com outros equilíbrios, neste caso o cognitivo.

A memorização engloba três fases: fixar, reter e recordar. Para alguém fixar o que quer que seja tem de querer, pelo que a motivação também assume um papel importante. Para fixar, há que compreender e relacionar as ideias entre si, o que é facilitado pelo recurso aos órgãos dos sentidos. Toda a gente possui, em graus diferentes, memória visual, auditiva, olfactiva e afectiva, sendo que se pode ir sempre treinando, a fim de que se torne mais apta para a aprendizagem. Reter significa reconstituir aquilo que se leu ou estudou, enquanto que recordar é trazer à mente, quando necessário, tudo aquilo que se conseguiu fixar e reter na memória.

Existem estratégias e exercícios que podem funcionar como coadjutores neste processo. A repetição assume particular relevância no desenvolvimento da memória. Jogos de dominó, de animais, de cores, de números, cartões de associação, quebra-cabeças, vídeos educativos, bem como jogar xadrez (a partir dos três anos), constituem mais-valias no âmbito da memória visual. Para estimular a memória auditiva, podem entoar-se as lições com ritmo, aprender poesias, contos, séries, refrães, canções populares, infantis, regionais, um idioma distinto do seu, pintar, etcétera. Fazer palavras cruzadas, e outros exercícios simples, como o jogo das paciências ou apontar números de telefone e posteriormente certificar-se que estão certos, são outras alternativas.

Habitualmente, associa-se o êxito escolar bastante mais à inteligência do que à capacidade de memorização. A memória até é um pouco mal vista pelos educadores, que passaram a considerar errado aprender de cor. A realidade é que as crianças aprendem mais facilmente através da repetição, razão pela qual a tabuada é amiúde entoada com um compasso específico.

Descobriu-se, entretanto, que a memória não é algo puramente mecânico. Armazenar conhecimentos subentende descodificação (entendimento), porque só interrelacionando os factos se os fixa e retém. A aptidão de fixar e reter deve ser estimulada nas crianças e nos jovens.