
O simbolismo surgiu em uma época de transição para o século XX, em que as correntes materialistas e racionalistas não respondiam mais a nova realidade. O processo burguês industrial evoluía a passos largos e o neocolonialismo disputava novos mercados. Na Europa, o simbolismo aparece na desilusão e na frustração em transformar a sociedade burguesa industrial.
Sendo assim, houve uma ruptura, pois ficava difícil analisar o mundo exterior e entendê-lo racionalmente. A tendência natural foi negá-lo. Com isso, as tendências espiritualistas renasceram; o subconsciente e o inconsciente passaram a ser valorizados. Nesse contexto surgiu, então, uma oposição à civilização tecnológica acusada de materialista. É nesse ponto que nasce o simbolismo: cansaço do mundo, tomando as formas do isolamento, do pessimismo, da descrença e da oposição ao mundo burguês da conquista.
O simbolismo começou no Brasil oficialmente em 1893 com a publicação de dois livros de Cruz e Sousa: Missal, poemas em prosa e Broquéis, em versos e terminou na Semana de
Arte Moderna. O simbolismo caminhava paralelo ao realismo, ao naturalismo, ao parnasianismo, opondo-se a eles e ao pré-modernismo.
A estética simbolista tem características bem marcantes. O objetivo e o subjetivo se confundem, pois o mundo e a alma têm afinidades misteriosas. Utiliza o recurso da sugestão, das tentativas de interpretar o mundo e o homem. Busca de ritmos mais
musicais e insinuantes. As temáticas das produções ficavam em torno da morte, do distanciamento, das cerimônias litúrgicas, da neblina, da brancura e da transcendência. Os seguidores dessa escola literária tinham a elegância "nefelibata" (habitantes das nuvens), ou seja, possuiam aspectos estranhos e extravagantes. O uso de símbolos é bastante significativo, daí o nome da estética. No simbolismo há a valorização do inconsciente, dos estados da alma, do sonho e da loucura. Um mergulho no místico e no espiritual.
Os principais poetas simbolistas brasileiros foram Cruz e Sousa e Alphonsus Guimaraens. Cruz e Sousa foi naturalista inicialmente e por volta dos trinta anos, voltou-se para o simbolismo. Na forma, utilizou-se do parnasianismo e na ideia, do pessimismo e do materialismo dos realistas. Foi chamado de "Cisne Negro" e "Dante Negro". Broquéis foi publicado em vida, as outras obras são póstumas. Teve quatro filhos que morreram precocemente. Sofreu muito preconceito em vida pelo fato de ser negro.
Alphonsus de Guimaraens perdeu sua noiva e prima Constança cedo. Casou-se e teve 14 filhos. Foi chamado de "O solitário de Mariana". Foi admirador da poesia de Cruz e Sousa e suas temáticas giram em torno do misticismo, do amor (por Constança e pela Virgem Maria) e da morte.