rua-direita rua-direita publicou: Namorar pela internet
Longe vão os tempos em que um marido era arranjado pelo pai e pela mãe. Não interessava se se gostavam, interessava se os pais se conheciam, e nem sempre o facto de se ser ou não de boas famílias era motivo de escolha. Interessava mesmo, era arranjar marido para a filha mais velha para de seguida se começar a pensar num noivo para a mais nova.

Depois, e com o passar dos anos, as raparigas lá puderam começar a escolher o namorado, mas por norma era um vizinho, um amigo do irmão mais velho ou alguém das redondezas. Independentemente da escolha da rapariga, a última decisão cabia aos pais. O rapaz lá tinha de parecer há hora marcada e era sujeito à tortura das perguntas habituais de quem vai ver se permite que a filha namore.

Mais tarde, eram os colegas da escola ou o rapaz do café que frequentava que faziam saltar o coração das raparigas. Conheciam-se, faziam amizade e depois sim, logo se começava a namorar. Com o passar do tempo, os pais ficavam a conhecer o namorado e a coisa corria de modo normal até casar.

Se para alguns as formas antigas de namorar à janela ainda é o mais respeitoso, para outros as formas consideradas antigas de encontrar amor, estão de todo ultrapassadas.

Hoje em dia a moda é outra.

Nas mais variadas salas de conversação ou comunidades virtuais, formam-se casais todos os dias, a todos os minutos, a todo o instante.

Trocam-se ideias e conversas e existem os chamados perfis onde de forma discreta, se verificam compatibilidades iniciais. Com ou sem fotografias, são deixadas mensagens de que são, a idade e o que procuram na vida.

Contam-se sonhos e desinibem-se pois afinal, não estão a olhar um para o outro. Quando a química é grande e as palavras normais passam a ter um carácter mais privado, marcam-se encontros. Nem sempre a coisa corre bem, confessam, mas na eventualidade de existir um pequeno dissabor, nada como voltar á comunidade virtual e voltar a procurar.

Trocam-se amizades e conhece-se meio mundo. Do Porto a Lisboa, a distancia é pouca, basta ter um computador com Internet.

A Internet veio revolucionar toda a nossa vida, e assistem-se todos os dias a transformações no mundo por causa da existência desta “tecnologia” tão impressionante.

Muda-se o ser, muda-se a vontade, e se a tradição já não é o que era, os namoros por Internet vieram para ficar. Não será um amor descartável? Depende da forma como acabam as histórias que começa online.