rua-direita rua-direita publicou: Instrumentos musicais africanos idiofónicos
São os instrumentos musicais mais espalhados na África. Podem definir-se como instrumentos que produzem som graças ao material com que são feitos, sem necessidade de uma membrana, de uma corda ou de uma cana. Alguns utilizam-se como sinais de chamamento ou para atrair a atenção, para reunir a população ou criar ambiente na celebração das cerimónias religiosas. Podem, igualmente, ser usados para transmitir mensagens ou reforçar a comunicação verbal.

Do ponto de vista musical, os idiófonos dividem-se em duas grandes categorias: os instrumentos rítmicos e os melódicos. Entre os idiofónicos rítmicos, as maracas (que se podem subdividir, do prisma funcional, em duas classes principais: maracas primárias, que se tocam agitando as mãos, e maracas secundárias, cuja vibração se obtém com os movimentos do corpo) são as mais comuns. Os idiofónicos melódicos dividem-se, de modo idêntico, em dois grupos: os mbira, ou sanza, e o xilofone, ou marimba.

As maracas fabricam-se com cabaças e apresentam-se de duas maneiras: em forma de recipiente e feitas com búzios, conchas, pedaços de osso, canas de bambu, metal ou contas. É possível tê-las de diversos tamanhos. Entre a variedade de maracas em forma de recipiente, encontram-se as de vime, de cana, de lata e de búzios. Os elementos podem ser unidos com um fio ou espetados num pau, que serve de cabo. Nalgumas, colocam-se no interior sementes de embondeiro, que geram sons metálicos; outras têm a forma de copos e algumas parecem rosários que se prendem com cordas à cintura.

O sistro é uma espécie de maraca com discos metálicos enfiados em varetas fixas. Este instrumento ocupa um lugar privilegiado na Igreja da Etiópia, acompanhando o ritmo dos cânticos religiosos, mas também se encontra noutras partes da África, sob diferentes formas. A sua função é de apoio na composição da melodia. Na sua feitura podem entrar materiais como chapas metálicas, discos de madeira, pedaços de casca rija, enfiados em cordas ou varetas de ferro, que produzem som ao bater uns nos outros e nas paredes da estrutura. Em certos países, os sistros são decorados e têm aplicação em determinados ritos, danças e procissões.

Os guizos e as cascavéis pertencem à família dos idiofónicos. É surpreendentemente rica a variedade destes instrumentos. Podem ser fabricados com ferro, madeira ou folhas de palmeira, podendo também empregar-se o casulo de uma determinada larva de borboleta, como sucede com o ditlhiwatlhwadi da tribo sotho da África do Sul. A este propósito, vêm à mente os «homens-cascavéis», autêntica amálgama de sons, formas e cores; dançarinos que se tornam, eles próprios, instrumentos musicais e coreógrafos vivos. Ataviados com toda a espécie de objetos pendentes, criam com os seus movimentos o ritmo e um turbilhão de cores.