
O som é fácil de identificar e é sem sombra de dúvidas, único. A delicadeza, a melodia harmoniosa a cada dedilhar, envolve-nos e embala-nos. O som da harpa é inconfundível e acalma os ânimos mais exaltados.
Se nos dias que correm, associamos o som da harpa à música clássica e a espetáculos teatrais com cariz clássico, não imaginamos que a harpa é um dos instrumentos mais antigos do mundo em pareceria com a flauta.
Quando se julgava que tinham sido os Egípcios a inventar a harpa, novos dados foram descobertos.
Se na tumba do Faraó Ramsés III (1198-1166 A.C) existiam desenhos e pinturas de harpas, encontraram-se agora pinturas em cavernas e grutas no Iraque que datam de 2.900 A.C.
Sabe-se que os arcos de caça influenciaram a construção das primeiras harpas. O som do roçar da corda do arco emitia uma sonoridade única.
A harpa viajou pelo Norte de África e Espanha e consequentemente por toda a Europa. Foi em pleno continente europeu que a harpa conheceu desenvolvimentos pelas mãos de Celestin Hochbrücker quando em 1720 chegou à Alemanha. Celestin inventou os pedais que controlam a harmoniosa melodia da Harpa. Sofreu mais tarde mais alguns aperfeiçoamentos pelas mãos dos Franceses, já em 1810.
Possuidora de uma melodia melancólica, a harpa pode ser referenciada e identificada, mais, associada a várias personagens épicas.
A imagem de Vénus com uma harpa é caso disso, tendo sido dado a um tipo de instrumento da família da harpa o nome da Deusa do Amor. A harpa de Vénus.
Também a harpa está associada a Nero, pois contam-se histórias que este instrumento era tocado enquanto Roma ardia.
Desengane-se quem julga que só os anjos, imagens católicas surgiam com pequenas harpas nos braços, pois também o islamismo contém imagens destes lindíssimos instrumentos.
De uma estrutura obrigatoriamente em arco, a harpa tem a maior parte das vezes 36 cordas de nylon, mas também pode conter 47, que em conjunto com os sete pedais produz um som corrido e celestial.
Os pedais separam-se em dois, sendo distribuídas por quatro para o pé direito e três para o pé esquerdo, cuja função é alterar o som das cordas.
Com cerca 1.50m de altura (pode ter 2metros) e com pesos diferenciados (o normal são 35kg), estes instrumentos são comercializados por profissionais de instrumentos musicais clássicos.
Colecionadores de antiguidades também encontram neste instrumento uma beleza única, mesmo que não consigam produzir uma única nota.
De difícil aprendizagem, a harpa encanta, apaixona e seduz. Dizia-se em tempos que emitia um som que enfeitiçava e que uma donzela, ao tocar em perfeição neste instrumento, ficaria bem casada.
De volta aos tempos de hoje, a harpa faz parte dos instrumentos mais importantes de uma orquestra e é indispensável quando a melodia se quer apaixonante e melancólica.