
Os proprietários de pequenos e médios estabelecimentos rurais são responsáveis pela quantidade maior da produção agropecuária no mundo, especialmente no que se refere a alimentos básicos da população. No Brasil, segundo o IBGE são responsáveis pela produção de 70% dos alimentos que chegam à mesa do consumidor.
Os proprietários foram fortemente influenciados, e conseqüentemente abalados pelo assédio da modernização acelerada da agricultura brasileira, que provocou uma quase revolução no campo.
As tecnologias introduzidas nos países, através da agricultura moderna, privilegiam a grande produção, favorecendo os grandes proprietários e marginalizando os pequenos.
A mecanização foi baseada em economias de escala semelhantes à da agricultura norte-americana.
O pequeno produtor ficou a margem desse processo, e quando quis se adaptar acabou investindo num campo desconhecido, que proporcionou pouco acesso às informações de políticas agrícolas, culminando num retrocesso tecnológico, e perdas de propriedades de terra e riqueza social.
Na tentativa de fixar o homem no campo e proporcionar condições de trabalho dento de suas capacidades naturais, é que surge a política de incentivo à utilização da tração animal, ferramenta alternativa indispensável e econômica para uma boa produção das pequenas e médias propriedades.
Dentro desse panorama se percebe a importância que deve ser dada aos pequenos e médios produtores rurais, no sentido de readaptá-los e fornecer instrumentos viáveis à sua economia, desenvolvendo alternativas tecnológicas e propiciar-lhes condições de uso.
A tração animal resolve as principais limitações das propriedades, sem substituir a mão de obra pela máquina e aumentando a produtividade em todos os níveis, pois a mecanização não é viável em regiões de relevo muito acidentado, característica de muitas pequenas propriedades.
Os pequenos estabelecimentos rurais são de importância indiscutível na produção agropecuária mundial, e trabalham quase sempre em condições tecnológicas impróprias, ou por utilizarem tecnologia muito tradicional, ou por terem adquirido tecnologia não adaptada às suas condições técnicas ou sócio-econômicas.
O aprimoramento da força animal, combinando a tração animal com a mecanização, oferece excelentes vantagens tanto na escala de produção, como nas condições topográficas das áreas de cultivo.
Embora seja difícil determinar a aplicação ideal da tração animal entre os agricultores, o conhecimento da realidade indica a necessidade de incentivar seu uso, melhorando a qualidade dos animais, aumentando a quantidade, desenvolvendo tecnologia de trabalhos, inovando, principalmente nas pequenas áreas, onde o trator custaria muito caro.
O melhoramento das raças dos animais de tração, aliado ao aperfeiçoamento dos implementos agrícolas, proporcionará um processo de mecanização intermediária, coerente com as condições dos pequenos produtores rurais, promovendo um avanço tecnológico na produção de milhares de agricultores.