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14 de Fevereiro – Olimpíadas Universais do Amor
O dia 14 de fevereiro constitui, a nível mundial, a abertura oficial dos corações apaixonados, numa espécie de olimpíadas do amor. Mas, afinal, o que é isso do amor? Ainda que sendo um conceito muito subjetivo, quer na definição, quer na vivência, não há quem não o procure e fale dele.
Esta data é, tradicionalmente, ilustrada por um Cupido (deus destas temáticas) atirando setas com um ar maroto. Tal representação ilustra a desocupação no Olimpo, que faz com que um dos seus residentes se entretenha a divertir-se com os humanos. Será que a taxa de desemprego nas esferas celestes também é preocupante?
Outra memória atribui a S. Valentim a origem do costumeiro envio de cartões, cartas e bilhetes nesta altura, alegando que ele teria deixado uma missiva à filha do seu carcereiro manifestando-lhe o afeto que por ela nutria, na véspera da sua morte, 14 de fevereiro, que ficou conhecido como dia de S. Valentim.
Contudo, e como a tradição já não é o que era, atualmente poucos lhe farão jus e imprimirão a marca do seu próprio punho, aproveitando, ao invés, os cartões virtuais que se encontram na Internet, que, além de gratuitos, permitem uma vasta panóplia de opções de escolha e evitam trabalho, apresentando ainda a vantagem de se apagarem num ápice. Poderá o amor ser descartável? E descartado?
«Love is in the air» seria talvez a música de fundo mais apropriada para a celebração da jornada de “caça ao amor”.
Mas atenção! Com o frio que faz nesta época, a benquerença ainda congela! Todavia, não haveria problema, uma vez que a congelação conserva…
Cuidado é preciso ter, isso sim, com o órgão que alberga tamanho sentimento. De facto, o coração acaba por ser o “bode expiatório” de todos os nossos desregramentos, e é, amiudadamente, bastante mal tratado: se falamos com sinceridade, diz-se que temos “o coração nas mãos”; se apanhamos um susto, “cai-nos o coração aos pés”; se estamos enamorados, oferecemo-lo sem ao menos saber como o tratarão, e por aí adiante.
A pobre “máquina” não aguenta tudo! A propósito, seria detetável num eletrocardiograma, num ecocardiograma, ou noutro meio complementar de diagnóstico eventualmente mais sofisticado a “lovinite” aguda que acomete quem ama “demais”? Sim, porque a crónica já possui antídoto: a rotina. E, já agora, ante um transplante, haveria transferência das paixões do dador? Hum…
Independentemente, o importante é viver e fazer crescer a afeição genuína e demonstrá-la, contribuindo para a felicidade de alguém. Pode aproveitar-se a ocasião para oferecer flores, procurando não esconder a vergonha atrás do ramo, qual imagem de “rabo escondido com o gato de fora”, ou fazer uma viagem (barata, que os tempos são de crise), tentando não esquecer por lá a cara-metade...
Há quem diga que só acredita no que vê. Para esses, o amor existirá?
Senti-lo não será evidência suficiente? Parece não haver dúvida de que a capacidade de amar é, realmente, o que de mais nobre uma pessoa tem!
Este tópico foi publicado 4 years ago por
rua-direita, e atualmente tem comentários.
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