
A ecologia já invadiu o mundo dos botões. Em Portugal, de há um tempo a esta parte, produzem-se botões feitos a partir de materiais reciclados e biodegradáveis (papel reciclado, algodão, farinha de sêmola de batata, milho marfim vegetal, serradura de madeira, pó de corno, cânhamo, tecidos, algodão, plantas, folha de madeira natural e frutos) e fibras vegetais naturais. De facto, estilistas e marcas de vestuário com reconhecido valor internacional aderiram de forma incondicional a estes botões tão ecologicamente sofisticados. Trata-se de um processo de fabrico único, cuja patente foi comprada à Itália há quatro anos.
Estes botões viajam até paragens na Europa (onde se destacam o Reino Unido, a Espanha, a França e a Itália), nos Estados Unidos, no Brasil, no Canadá, no Japão, na Índia e no Bangladesh, sendo que os mais pretendidos são os constituídos por metade (ou mais) de papel reciclado misturado com resina, poliéster e outras matérias-primas.
Os materiais biodegradáveis vão a triturar e são reduzidos a farinha, que entra depois como input em máquinas de amassar da indústria panificadora, resultando desse processo uma pasta que é depois comprimida, dissecada em talhadas, furada e cozida até que se formem os botões. As sobras derivadas do corte em rodelas, quer no sistema tradicional quer no ecológico, encontram aproveitamento na feitura de botões reciclados, obtendo-se a farinha por trituração.
Reza a História que os fabricantes de botões surgiram no século xiii, mas que somente nos séculos xv e xvi é que a indústria se estabeleceu realmente em França, onde progrediu. Os botões, outrora tidos com elementos úteis e depois ornamentais, devem à moda do século xiv o seu maior desenvolvimento. Com efeito, os membros da nobreza ostentavam trajes com botões por todo o lado (nas mangas, nos ombros, nos calções, …). Havia vestimentas a comportar 38 botões! Em ouro, prata, pérolas, forrados com sedas de cores, etcétera.
Consta que a primeira mostra de botões teve lugar em 1798, em França, grande especialista e exportadora nesta área naquela altura. Atualmente, existem botões de todos os tipos (quadrados, cilíndricos, em forma de flor, de animal, de fruto, de pessoa,...), com dois ou quatro buracos, com ou sem pé decorativos, enfim, dotados de características que lhes permitam assentar de modo irrepreensível nas diversas categorias de indumentárias. Na realidade, não há praticamente peça de roupa que dispense o uso de botões. A novidade é que, agora, as pessoas têm a possibilidade de se abotoar com a Natureza… literalmente.