
Há quem ponha os pés no tapete e há quem faça questão de lá colocar os ombros. A luta greco-romana é uma das artes marciais com mais adeptos no mundo inteiro e integra um dos dois géneros de wrestling que vão aos Jogos Olímpicos. O outro é a luta livre.
Não se consegue aferir acerca dos primórdios da luta greco-romana. Pensa-se, todavia, que na sua génese esteja um tipo de luta francesa, caracterizada pelas espectaculares projecções dos opositores. Parece consensual que este estilo de duelo é resultado da mescla de várias formas de luta em toda a Europa do século XIX.
Consta que foi um soldado francês, Exbroyat, a promover a modalidade, proibindo murros, bofetadas e outros ataques idênticos, sendo apenas admitido aos lutadores agarrar o adversário, com o propósito de o deitar ao tapete. Foi expressamente proibido torcer os corpos dos rivais ou segurá-los de forma dolorosa. Uma vez no tapete, os combatentes têm de encontrar maneira de virar os ombros do concorrente para o tapete sem usar as pernas (contrariamente ao que acontece na luta livre).
Apesar de os ingleses não terem acatado de muito bom grado esta variante mais limitada de wrestling, dando primazia à luta livre, no resto da Europa o combate greco-romano difundiu-se bastante, e os avultados prémios monetários envolvidos nos eventos organizados pelas grandes capitais europeias conferiu prestígio a esta arte marcial. Aliás, são precisamente os europeus do Norte e do Leste, a par dos japoneses, que mais dominam a luta greco-romana, supostamente assim designada pelo lutador italiano Basilio Bartoletti, numa perspectiva de exaltar as suas origens históricas.
Na actualidade é a FILA Wrestling (Federação Internacional de Lutas Associadas) que regula a luta greco-romana, sendo que as batalhas foram abreviadas. Os combates dividem-se em três períodos de dois minutos, triunfando o lutador que ganhar dois dos três períodos.
Internacionalmente, a luta greco-romana está repartida em quatro categorias, segundo a idade (14/15 anos, 16/17, 18 a 20 e mais de 20) e o peso (a partir dos 29 quilos). Os gládios decorrem num tapete grosso de borracha, com o intuito de amaciar as quedas. A área de combate é um círculo com nove metros de diâmetro, circundado por uma borda de segurança com metro e meio de largura. Dentro do círculo, uma banda vermelha com um metro, encostada ao lado de fora, é conhecida como a zona passiva. Entre a zona passiva e o círculo central (com um metro de diâmetro) está a área central de luta (sete metros de diâmetro).
Se quiser desenvolver a sua destreza física e mental, basta encontrar um clube ou, nessa impossibilidade, arranjar um tapete e um fato com calção e alças.