
Os vidros e os espelhos são essenciais na construção de qualquer espaço, público ou privado. Numa superfície comercial, por exemplo, revelam-se fundamentais para a montagem das montras.
Aqui importa que os vidros sejam limpos frequentemente e não apenas quando “o rei faz anos”, porque para além de haver cada vez mais gente a recusar-se a fazer anos, convém que os “mirones”, compradores em potência, consigam apreciar e sentir-se “chamados” pelos artigos.
No entanto, há que deixar uma ou outra borradela de mosca para que se perceba que lá está um vidro, no sentido de evitar que os transeuntes não o vejam e lhe dêem uma cabeçada... Os balcões de atendimento ao público são outro exemplo de aplicação deste
material. O que forneceria com semelhante precisão, por meio de um indecifrável emaranhado de riscos, o movimento aproximado da loja ou repartição?
Os espelhos, por seu turno, continuam a ser culpados da perpetuação da vaidade de inúmeras pessoas. A conhecida expressão: «Espelho meu, espelho meu, …» permanece tão actual como o próprio vidro.
E os mais vaidosos recorrem até aos
espelhos do carro ou da mala para alisar a crina, retocar a maquilhagem ou, simplesmente, fazer carantonhas ridículas e achar-se fabulosos. Não há dúvida que os espelhos constituem o aliado mais fidedigno na prática do narcisismo!
Ainda da família dos vidros e espelhos, há as famosas bolas de cristal. Talvez seja pelo nevoeiro que marca presença dias a fio, ou porque a crise na indústria vidreira faça alterar a quantidade ou a qualidade dos ingredientes, o certo é que as ditas esferas andam a falhar sobremaneira as previsões.
Prevê-se, portanto, que o sector da adivinhação será o próximo a entrar em crise…