
Esta é uma questão bastante pertinente que se coloca, poderá uma adolescente submeter-se a uma cirurgia plástica? A resposta não é tão simples como se pensa. Nada é estritamente proibido, mas também não é totalmente liberado. Cada caso é um caso e deve ser analisado individualmente.
No entanto, existem mesmo algumas cirurgias plásticas que devem ser feitas na juventude, de forma a evitar alguns tipos de constrangimento. A adolescência é uma fase complexa, porque se tem que enfrentar todas as transformações hormonais e corporais e ainda a aprovação social. Sabemos que os jovens são cruéis e que facilmente transformam um defeito em algo bem maior do que é. Isto leva muitos adolescentes a quererem alterar alguma coisa na sua aparência.
Normalmente as queixas mais comuns são o nariz grande, as orelhas de abano e o volume excessivo das mamas.
Apesar da cirurgia plástica ser uma ferramenta valiosa na melhoria da autoestima dos adolescentes, é preciso respeitar algumas restrições médicas. Até porque as pessoas não têm a estrutura a ser operada, desenvolvida em tempos iguais. Por exemplo, a orelha só deve ser operada após os seis anos, altura em que a cartilagem já alcançou o crescimento máximo, ou seja, o seu tamanho será o mesmo até à fase adulta. Caso o paciente faça a cirurgia antes, corre o risco de que alguma função corporal seja prejudicada ou o resultado não fique como o esperado. Mas não é só a formação incompleta que limita a realização de um plástica, a imaturidade psicológica, a expectativa irreal e a não autorização dos pais, são outros fatores que impedem um procedimento cirúrgico, durante a adolescência. Como tal, o médico deve fazer uma boa avaliação clínica e psicológica dos jovens candidatos à cirurgia, para perceber a real motivação que os conduz à intervenção.
Assim, os cirurgiões defendem que cada caso precisa de ser avaliado separadamente. Por exemplo, a lipoaspiração, muito procurada pelas meninas, não é recomendada antes dos 18 anos, porque até aqui a adolescente tem a possibilidade de procurar outras alternativas para queimar as gorduras extras, podendo fazer uma reeducação alimentar e exercício físico. Tal como a lipoaspiração, a plástica de aumento mamária, a abdominoplastia, o lifting de glúteos e coxas e a prótese glútea, são cirurgias plásticas não indicadas para adolescentes. Por outro lado, existem algumas intervenções que podem ser feitas, mediante autorização do médico e dos pais, tais como: a redução de mama, a otoplastia (orelha de abano), a ginecomastia (rapazes com a glândula mamária desenvolvida), a rinoplastia (nariz desproporcionado) e a prótese de mama (para quem tem hipomastia). Ser adolescente é complicado, será que vale a pena complicar ainda mais?