O conceito de beleza é muito pouco concreto e nada objectivo. Para uns, prende-se com ser elegante, magro e com um corpo escultural; para outros, bonito é quem é alto, louro e de olhos azuis. Mas, quem vê as pessoas por este prisma, busca a beleza em questões muito efémeras. Este tipo de beleza é passageira e pouco duradoura, como a própria vida. Com o passar dos anos, o corpo deixa de ser tão escultural, os cabelos aclaram e até os olhos perdem o brilho.

Claro que há mil e uma formas de contornar os efeitos do envelhecimento: mais umas horas no ginásio, operações plásticas e muita maquilhagem podem ajudar a disfarçar a idade, mas nunca o relógio biológico.

Se este conceito de beleza é assim tão flexível e frágil, porque não dar valor a algo realmente importante e duradouro? Porque não construir algo mais forte e importante para a nossa existência?

A beleza interior, tantas vezes falada, mas poucas vezes verdadeiramente valorizada, engloba os sentimentos e valores pessoais, tão relevantes para viver em sociedade. Se todos déssemos a verdadeira importância e procurássemos ser interiormente bonitos, tal como o procuramos exteriormente, o mundo seria um lugar melhor e mais harmonioso. É um conceito cliché, mas se pensarmos bem, tudo seria diferente. Todos seriamos mais conscientes, emotivos, empáticos, benevolentes e voluntários. A fome, a guerra, a miséria e outros problemas mundiais, não existiriam e o mundo seria um planeta menos poluído e ainda mais bonito.

Idealizem um mundo em que todos os euros ou dólares empregues em tratamentos de beleza para combate da celulite, estrias, gordura e rugas, em implantes mamários ou remoção do duplo queixo, fosse aplicado no auxílio dos mais necessitados, daqueles que ao acordarem de manhã não pensam na roupa a vestir ou na cor da maquilhagem a usar, mas sim se vão conseguir comer naquele dia.

Claro que tudo não passa de uma utopia. Quem conseguiria, nos dias actuais, praticar tais actos? Ignorar os conceitos sociais tão enraizados e viver em prol dos que o rodeiam, garantindo o seu bem estar? Quem arriscaria ser considerado louco ou inadaptado, apenas para proporcionar uma vida digna aos seus iguais? Muito poucos! Há alguns indivíduos capazes disso, como a Madre Teresa de Calcutá, indivíduos efectivamente belos, que têm a capacidade de espalhar a sua beleza por onde passam.

Devíamos tentar ser mais parecidos com eles. A beleza exterior alegra os olhos, mas a interior reconforta a alma!!