
Muito em voga, a cirurgia estética é ambicionada por um número crescente de pessoas, na maioria mulheres. Algumas almejam verdadeiros milagres que a ciência, enquanto produção humana, progressiva e falível, em variadíssimos casos não pode alcançar. É que há defeitos, originais ou adquiridos, cuja proeminência é quase impossível esconder…
Por outro lado,
problemas de saúde, como a implantação das bandas gástricas, são incluídos no patamar da cirurgia estética, quando na realidade a obesidade mórbida constitui uma questão de saúde pública e se trata da sobrevivência do (s) indivíduo (s) em causa.
Para muita gente viver é, efectivamente, um luxo! Talvez uma
cirurgia estética ao cérebro de quem equipara graus de necessidade e urgência tão dissemelhantes resolvesse esta impiedade. Mas, cuidado!
Realizada por algum grande especialista, não fosse acontecer com a mioleira o que às vezes ocorre com as senhoritas que se submetem a operações de “esticamento”: o trabalho fica tão bem feito que ao rirem-se, como não possuem superfície de derme suficiente, esticam a perna ou dobram o cotovelo involuntariamente. Que figuras!
E depois, é claro, estão obrigadas à taciturnidade, porque o riso representa um perigo enorme… Isto não quer dizer que todos os burgessos tenham sido alvo de cirurgia estética. Nem que todos os insensatos e disparatados precisem de uma. Havia de ser bonita a lista de espera, com a totalidade da classe política portuguesa a engrossá-la!