
A água exerceu, desde sempre, fascínio sobre o Homem. Ou não fosse o globo terrestre maioritariamente constituído por ela. Aliás, a sua primeira grande aventura constou, exactamente, de se fazer ao mar. Para tal, revelava-se indispensável a concepção de um engenho que permitisse rasgar as águas de lagos, rios e mares. Neste contexto, as velas surgiram como um meio válido para aproveitar a energia do vento. Não obstante, nem sempre a intensidade e direcção deste se mostram favoráveis ao impulsionamento das embarcações.
Assim sendo, foram-se desenvolvendo técnicas para tornar possível velejar com apenas um mínimo de vento.
A vela, para além de uma actividade desportiva que propicia uma forte conexão com a Natureza, firmada no cheiro a maresia, no sentir do vento e no desfrutar de paisagens assombrosamente belas, integra uma modalidade de competição que movimenta verbas absolutamente inimagináveis despendidas na aplicação de tecnologias de ponta, desenvolvidas por equipas imensamente numerosas, com o intuito de aumentar as probabilidades de ganhar. Também conhecida como “iatismo”, desde 1900 que a vela faz parte do programa olímpico. A competição tem em conta os pesos e dimensões dos barcos, estabelecendo a divisão por classes.
Existem, essencialmente, dois tipos de provas: regatas, em que todos competem com todos, e match racing, que se disputa próximo da costa, entre barcos iguais, em que a estratégia e a agilidade dos velejadores se revelam fundamentais para a vitória.
O windsurf mais não é do que uma versão light da vela, sendo uma expressão da evolução desta ao longo dos tempos. Já existe, inclusivamente, vela adaptada, destinada a deficientes motores.
Embora haja provas de vela em lagos e albufeiras, este é um desporto característico de países dotados de costa marítima e tradição navegante. Ainda assim, talvez por se tratar de uma modalidade cara, não encontra ainda tantos adeptos quantos os que seria de esperar. Saber nadar é uma premissa inquestionável para que quer aprender a velejar.
Posteriormente, há que procurar uma boa escola de vela, que, geralmente, empresta a embarcação. A idade mínima recomendada para praticar vela ronda os oito anos.
Curiosamente, a classe Optimist, ideal para a iniciação teve origem em terra. Nasceu a partir dos soapbox car (carrinhos com ascendência em caixas de madeira), com os quais brincavam nas ruas as crianças de Clearwater, na Florida, EUA. Este barco, de reduzido custo de produção e construção simples, foi criado em meados do século passado. É dirigido a velejadores com menos de 15 anos. Esta é, precisamente, a classe com mais adeptos, contando cerca de 150 mil em 100 países.