
A maioria das pessoas tem gosto em possuir, pelo menos, um animal de estimação. Claro que depois também há as exageradas que quase se vêem na iminência de ter tirar uma licença de constituição de um jardim zoológico, dado serem portadoras de inúmeros exemplares de diferentes espécies. Esta opção visará promover a igualdade entre as castas, decorrente de uma educação aprimorada contra a “animalofobia”, ou traduzirá uma tentativa desesperada de combate à atroz solidão?
É muito bom e útil, do ponto de vista do equilíbrio emocional, dar carinho a um bicho e recebê-lo dele, juntamente com a incondicionalidade no seu estado mais puro. Ainda por cima porque ele não reclama, não impõe reciprocidade (bem, alguns, já que outros são mesmo chatos, mas, em todo o caso, muito queridos), não exige comida de marca.
Ainda assim, há quem opte por casar. Não que se possa estabelecer uma analogia perfeita, mas muita gente dá este passo um pouco na linha de um (a) esposo (a) de estimação. De uma forma, por vezes, precipitada e inconsciente, avança-se para tal compromisso com o firme propósito de colocar uma “coleira” na cara-metade a dizer: «Propriedade privada». O pior é que na actuação diária se age como se a outra parte fosse mesmo inerte, sem vontade própria, perfeitamente moldável aos nossos caprichos e unicamente destinada a cumprir os nossos desejos e ordens. Nem um animal de estimação admitiria uma anulação tão completa…!
Os cães e os gatos lideram as preferências das companhias que as pessoas escolhem. Talvez pela sua fácil adaptabilidade, os gastos relativamente reduzidos que comportam, comparativamente a outras alternativas, a docilidade e capacidade de comunicação, entre outras. No caso dos caninos, acresce ainda a função de protecção e guarda.
Dizem que o cão é «o melhor amigo do Homem» e parece não haver grandes dúvidas quanto a isso.
Ouvem-se relatos de feitos espectaculares destes animais na defesa dos seus donos e de uma relação que, para eles, vale mais do que a vida. Os gatos, pelo contrário, costumam ser considerados mais independentes, traiçoeiros, calculistas e frios (embora ronronem quando são acariciados ou lhes propiciem momentos de prazer). Revelam grande destreza e umas unhas que constituem autênticas lâminas afiadas, as quais não se coíbem de usar sempre que pressintam perigo. Trata-se de personalidades bastante distintas, tanto que, quando duas crianças estão a brigar, se diz que parecem o gato e o cão, numa clara alusão aos opostos. Independentemente, a cada um devem ser proporcionadas condições para uma existência harmoniosa., para não se chegar ao cúmulo de ter um gato com vida de cão...!