rua-direita rua-direita publicou: Aloje-se na História
O turismo rural está, de há uns anos a esta parte, na berra. Os habitantes e/ou trabalhadores urbanos, cansados do stress das suas rotinas diárias e exauridos pela excessiva acumulação de tarefas, optam, cada vez mais, por refugiar-se em locais onde o fumo dos carros dê lugar ao ar puro que expurga os pulmões, o ruído de máquinas e buzinas seja substituído pelo melodioso cantar dos pássaros e a pressa sucumba aos pequenos prazeres da vida, aproveitando, por exemplo, calmos passeios em cenários absolutamente deslumbrantes.

Os ambientes rústicos fascinam muita gente, mesmo que habituada a vê-los e a frequentá-los. De facto, a sedução da simplicidade apela e magnetiza. É uma espécie de “atracção fatal”, mas na versão de alojamento. Trata-se de recriar a própria vida num panorama completamente diferente. Dormir numa casa caiada no meio do campo, numa aldeia, quiçá, recuperada, ou usufruir de paisagens puras e preservadas em povoados históricos com construções em pedra serão alternativas deveras simpáticas e aliciantes.

Existem roteiros turísticos tradicionais onde é possível pernoitar em locais únicos e suigéneres. Um castelo de majestosas muralhas, um antigo convento ou mosteiro, um solar de há séculos, um quinta antiquíssima, com planícies ou montanhas a perder de vista, são alguns exemplos. Ficar em espaços tão especiais proporciona experiências novas, que incluem dormir em camas de dossel ou ferro e uma espectacular prova da paleta gastronómica da região.

As pousadas são tidas como atmosferas distintas para momentos particulares. Ainda assim, os hotéis ganham o prémio de charme que, associado à hospitalidade, pode operar maravilhas. Independentemente do sítio que se escolha, é sempre bom sinal encontrar alguém com toalhas e lençóis lavados no braço ou a conduzir um balde com esfregona através do corredor. Dá uma sensação de zelo, de apuro. Claro que se uma pessoa se detivesse a contemplar a feitura do asseio talvez de decepcionasse, mas, como em tudo, «longe da vista, longe do coração» … Adiante!

Efectivamente, as empregadas fazem o que podem e o vencimento de que auferem não dará incentivo para muito mais. Não obstante, a cabeça serve para pensar. Portanto, quando o patrão mandar decorar o hotel presume-se que ele queira florzinhas, enfeites, arranjos, enfim, não é suposto desatar a correr pelas escadas, cantando: «Quarto, quarto, casa de banho, sala, cozinha… Quarto, quarto, casa de banho, sala, cozinha…». A decoração de um tal cérebro com uns neurónios é que vinha mesmo a calhar! Ou a instalação de um GPS no cabo da vassoura…