rua-direita rua-direita publicou: Romã – o fruto do amor
A romã tem as suas origens na Ásia e o seu cultivo é conhecido há cerca de cinco mil anos. Há túmulos da Idade do Bronze que ostentam sementes deste fruto que os egípcios usavam para fabricar um vinho leve.

Consta que a romã terá chegado à Península Ibérica pela mão dos árabes, e era muito utilizada nos banquetes de Gregos e Romanos. Até numa determinada região do México a romã serve de base para a preparação de uma bebida alcoólica (o «Ponche de Granada»), misturando o sumo desta fruta com tequila, açúcar, amendoins, nozes e maçã.

Diversos povos olham para a romã como o fruto do amor. Diz a mitologia grega que a primeira romã terá sido plantada por Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Na Indonésia, a romã integra alguns ritos ligados à gravidez. Na China, e ao contrário do que se possa pensar por causa da tradição do arroz, o que se oferece aos recém-casados é uma romã, como auspício de filiação profusa (como se os chineses precisassem de muito mais gente…!).

A romã, que se come ao natural, bago a bago, e com a qual se podem fazer gelados, sumos, licores e xaropes, emprestou o seu nome (científico – punica granatum) a uma arma de guerra: a granada.

Não obstante, é um excelente hidratante e antioxidante, e pode dizer-se que tudo nela se aproveita. O sumo, por exemplo, constituiu um extraordinário remédio para as afeções da boca, da garganta e das gengivas, assim como para o combate à rouquidão e à tosse persistente, bastando para tal gargarejar com ele. É ainda aplicável em situações de cólicas, febre e diarreia, para além de prevenir as aftas. Ferver a casca e fazer gargarejos (com a água já fria) também ajuda a combater as infeções da garganta.

Paralelamente, a romã provou funcionar de forma semelhante ao famoso Viagra, e estima-se que, futuramente, possa representar uma alternativa natural ao fármaco.

No Irão (que corresponde à antiga Pérsia), não é a maçã, o fruto do desejo, mas sim a romã. Esta fruta faz, inclusivamente, parte do ritual de passagem de ano judaico. Nesse dia, os judeus retiram as sementes da romã debaixo da almofada e engolem-nas para que as suas virtudes se multipliquem durante o ano.

A romã, símbolo de fertilidade para muitas culturas, adquiriu, entretanto, outros significados: amor, união e casamento, devido à grande porção de sementes e à matriz harmónica de entrelaçamento na polpa. As mulheres gregas costumam comer romã em cerimónias religiosas destinadas a evocar a fertilidade.

A romã tem várias propriedades medicinais. É rica em potássio e em água e existem evidências de que triturando casca, sementes e polpa conjuntamente se consegue controlar a tensão arterial, reduzir o mau colesterol e prevenir o cancro da mama e da próstata. Para além disto, os seus ácidos protegem os vasos sanguíneos, mitigando as probabilidades de enfarte e AVC (outra boa notícia para o coração). De acordo com estudos recentes, o sumo da romã contém duas a três vezes a capacidade antioxidante de iguais quantidades de vinho tinto ou chá verde, sendo, portanto, indicado para problemas cardíacos.

O chá das folhas é ainda eficaz para a irritação dos olhos, e a romã auxilia na luta contra o envelhecimento precoce, a perda de elasticidade, o aparecimento de rugas e manchas, aumentando ainda o fator de proteção do protetor solar aplicado.