
Muito se fala de cozinha vegetariana e macrobiótica. Para a maioria das pessoas, não há distinção entre ambas, definindo-as como um regime alimentar em que se verifica a ausência de produtos animais. Mas será assim tão linear? Serão palavras sinónimas? A resposta a ambas as perguntas é “Não!”. Na realidade, apesar de terem pontos em comum, como a ausência de consumo de carne, são dietas bastante diferentes.
A palavra Macrobiótica surge da união de “macro” – grande, e de “bio” – vida, mas não significa apenas “uma grande vida”, mas viver de uma forma grandiosa, ou seja, não é apenas uma dieta, mas mais uma forma de estar, um estilo de vida. Defendem os seguidores deste regime, que através dele desenvolvem o seu potencial humano, seguindo as leis da natureza de um ponto de vista biológico, ecológico, social e espiritual. E neste contexto, entendemos porque defendem a máxima “somos aquilo que comemos”.
As regras da alimentação Macrobiótica assentam em princípios básicos como comer segundo as características biológicas, defendendo que o homem, apesar da sua capacidade de comer de tudo, está especialmente apto a comer cereais e vegetais. Garantem que a alimentação deve ser adaptada aos diferentes climas e habitats e ser tradicional. Ou seja, não devem ser ingeridos alimentos que não sejam produzidos na área geográfica em que o indivíduo se encontra, e estes devem ser os já usados há séculos, como as leguminosas, cereais e vegetais. Por fim, regem-se pela teoria de yin e yang, acreditando que todos os alimentos têm polaridade e apenas devemos utilizar os mais equilibrados, excluindo os extremos como a carne, demasiado yang e o açúcar ou o álcool, excessivamente yin.
Em termos de percentagens, em Macrobiótica, 50 a 60% da alimentação diária é constituída por cereais; 25 a 35% por vegetais e 10 a 15% por leguminosas. Consumo de peixe ocasional, preferencialmente de carne branca, como o cherne, a pescada ou o robalo. A fruta deve ser limitada à existente na área de residência. Também utilizam chás, sementes, oleaginosas e café de cereais.
Alimentos proibidos ou de consumo muito esporádico são, por exemplo, as carnes vermelhas ou brancas, ovos, produtos lácteos, açúcar, café e chá preto, alimentos refinados e quimicamente alterados.
Para os mais descrentes e incrédulos, os defensores da Macrobiótica garantem que preenche os requisitos nutricionais das principais organizações mundiais, estando de acordo com as linhas gerais no que se refere ao combate do cancro e doenças cardiovasculares.