
Fazer menção aos benefícios de uma gordura, como é o óleo vegetal, pode soar a contrassenso, numa altura em que se aconselha vivamente a redução da sua ingestão. Não obstante, as gorduras são essenciais à vida humana, considerando a OMS que devem constituir 15 a 30 por cento da energia diária. Nesta perspetiva, os óleos vegetais aparecem como gorduras saudáveis, as insaturadas, procedendo de sementes de plantas comuns, como o girassol, a soja, o amendoim e o milho.
O óleo de girassol é rico em ácidos gordos essenciais ómega 6, indispensável a um crescimento e a um desenvolvimento saudáveis do organismo e, simultaneamente, redutor do risco de doenças cardiovasculares e do colesterol, e auxiliador da função vascular e do sistema imunitário. Paralelamente, é ainda abundante em vitamina E, poderoso antioxidante que coadjuva a protelação do envelhecimento das células e dos tecidos, concorrendo também para o fortalecimento das defesas do organismo.
O óleo de soja, para além de rico em ómega 6, é-o, igualmente, em ómega 3. Este último é um nutriente que ajuda o saudável funcionamento do sistema nervoso, imunitário (possui ação anti-inflamatória) e coronário. À semelhança do óleo de girassol, é farto em vitamina E.
O óleo de amendoim patenteia alto teor de ácidos gordos monoinsaturados e quantidades relativamente elevadas de ácidos gordos saturados. Trata-se de um dos óleos vegetais mais resistentes a altas temperaturas. Tem um sabor característico, muito apreciado em certos pratos. Contudo, pessoas com alergia ao amendoim, sobretudo crianças, NÃO O PODEM CONSUMIR!
O óleo de milho é forte em ácidos gordos polinsaturados, nomeadamente ómega 6. Em acréscimo, abundam as vitaminas E e A (que reforça o sistema imunitário e beneficia a visão).
A ingestão de óleo vegetal (em cozinhados, saladas, …) permite tornar disponíveis determinados nutrientes de que o organismo carece e não tem capacidade de produzir. É o caso dos ácidos gordos essenciais, assim chamados por isto mesmo. Isentos de colesterol (como aliás todos os alimentos de origem vegetal), os óleos vegetais são preciosas ferramentas na culinária, podendo ser utilizados em parceria com ervas aromáticas, especiarias, alho e cebola, no sentido de reduzir a quantidade de gordura empregue.
De salientar que a fração de gordura retida nos alimentos fritos varia de acordo com o tamanho do alimento, sendo que, quanto menor for a sua dimensão, mais gordura absorverá. Por outro lado, deve evitar-se colocar o lume no máximo e deixar o óleo aquecer muito. É recomendável que a fritura se processe a 180ºC, pois as temperaturas mais altas aceleram a deterioração do óleo e as mais baixas favorecem maior penetração de gordura nos alimentos. Outra dica é fritar pequenas porções de cada vez.
Para tirar o máximo partido da fritura, há que tapar o recipiente, a fim de acautelar uma excessiva exposição ao ar. Os alimentos a fritar devem ser previamente enxugados, dado que a água contribui para antecipar a corrupção dos óleos vegetais. Quando se acaba de fritar, e para absorver o óleo em demasia, escorrem-se bem os alimentos em papel absorvente e deixa-se arrefecer o óleo antes de o guardar (depois de devidamente filtrado) num recipiente protegido da luz e tapado. O óleo não deve ser reutilizado se ostentar uma cor escurecida, sintomática da alteração das suas características.
Utilizado com conta, peso e medida na alimentação, o óleo vegetal logra proveitos para a saúde, em termos de promoção das defesas naturais e do vigor do sistema cardiovascular, bem como da diminuição do risco de acidentes vasculares cerebrais e de enfartes. É ainda a principal fonte de vitamina E, com excepcional acção antioxidante.