
As algas são utilizadas na alimentação desde tempos muito longínquos e o Extremo Oriente foi o grande palco da generalização do seu consumo entre a população. Documentos chineses com quatro mil anos de existência relatam já as propriedades determinadoras das algas no que se referia a saúde, sorte e longevidade.
Estima-se que se produzam anualmente à volta de sete milhões de toneladas, sendo que cerca de metade se destina à alimentação humana direta. A outra parte encontra aplicação nas indústrias alimentar, farmacêutica, cosmética, de fertilizantes, etcétera. Nas duas últimas décadas, o consumo de algas, simplesmente, duplicou. Prevê-se que elas sejam, cada vez mais, alimentos de referência obrigatória.
E razões não faltam. De facto, as algas são alimentos extremamente ricos em micronutrientes (vitaminas, minerais e oligoelementos), possuindo, em acréscimo, proteínas com aminoácidos essenciais, hidratos de carbono e pequenas quantidades de gordura, mas da boa. Paralelamente, apresentam virtudes estimulantes e reguladoras do metabolismo, reforçadoras das defesas naturais, estimuladoras da circulação sanguínea, anti-anémicas, remineralizantes, antirreumatismais, cardiotónicas, anti-infeciosas e antirraquíticas, para além dos benefícios ao nível da geriatria (por exemplo, na aterosclerose), da hipertensão, da obesidade, da impotência, da osteoporose, das afeções dos rins e do sistema nervoso. Possuem características depurativas e efeito alcalinizante, que contrabalança até certo ponto o excesso de ácido de uma alimentação pouco equilibrada.
Depois de secas e transformadas, as algas convertem-se numa substância apelidada de agar-agar ou no carraginado, ambos pós brancos de granulagens distintas. O agar-agar é amplamente usado no Japão, na Áustria, Inglaterra e Estados Unidos nos contextos alimentar e farmacológico. Os carraginados são negociados para a gelificação e estabilização de iogurtes, pudins, leite com chocolate e conservas. Até o fiambre deve aquele ar fresco aos carraginados que lhe adicionam. A ideia deve ser introduzir, nem que seja inconscientemente, a tradição de consumir algas..!
Estes “frutos vegetais do mar” são empregues em sopas, condimentos (sofrendo para tal torrefação ou esmagamento), em chás ou acompanhados de vegetais, cereais ou leguminosas, sendo que as algas secas têm uma validade quase ilimitada, desde que bem acondicionadas e conservadas, em locais secos.
Os apanhadores de algas defendem que se não as recolhessem todos os anos, elas acabariam por dar à costa já putrefactas. Na verdade, atualmente é ministrada a estes trabalhadores formação para as funções que desempenham sazonalmente, durante três meses, e que cessa quando chegam aos 30 anos de idade. Não apanham qualquer alga nem de qualquer tamanho, até porque isso comprometeria o seu negócio e o emprego. Sabem o que fazem!