Valença – uma fronteira fortificada
As ruas são estreitas e sinuosas, com pavimentação característica, e os edifícios exibem magníficas fachadas. Ainda assim, é a fortaleza que domina o panorama, constituindo a imagem de marca da vila. Construída no século xvii sob a égide arquitectónica de Vaubun, possui dois polígonos regulares e está circundada por fossos de diversas profundidades e larguras. As duas praças-fortes ligadas pelas portas do meio detêm doze baluartes e três revelins. A fortaleza não permite, por causa da sua forma alongada e irregular, duas vistas iguais a partir dos muros, o que não deixa de ser interessante.
O acesso ao corpo principal da fortaleza processa-se pelas Portas do Sol (a nascente), pelas Portas da Fonte da Vila (a poente) e pelas Portas da Gaviarra (a norte). Entre-se por onde se entrar, a sensação é de estar a pisar uma terra onde superabundam História e histórias que relatam acontecimentos dos tempos medievais. O horizonte vislumbrado lá de cima é muito variado e simplesmente arrebatador. Lá dentro, a igreja românica de Santa Maria dos Anjos, construída em 1276, e a Capela da Misericórdia, edificada em 1558 e exemplar fiel da arquitectura religiosa barroca e neoclássica, constituem pontos de interesse merecedores de uma visita.
São Teotónio, primeiro santo português e padroeiro de Valença, cujo dia da morte deu origem ao feriado municipal (18 de Fevereiro), possui uma estátua no interior da «Coroada», onde também é possível admirar o Campo de Marte, com o seu paiol geral.
Um passeio pelas ruas dá para perceber a efervescência do comércio no interior das muralhas. Artigos de algodão e têxteis para o lar consubstanciam a maior parcela de vendas entre Portugueses e Espanhóis. Fora das muralhas, o futuro e a modernidade ganham terreno através de hodiernas construções, de escolas, piscinas municipais, do estádio desportivo, e outros. Trata-se de saber preservar o passado, com apostas no presente e visão de futuro.
Em termos gastronómicos, Valença oferece autênticos manjares dos deuses, como sejam o arroz de lampreia à minhota, o meixão com molho picante, o bacalhau à São Teotónio e a célebre empanada. Não ficou já com água na boca? Venha daí!