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Aldeias do Soajo e do Lindoso – à descoberta dos tesouros do Alto Minho

Categoria: Viagens
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Comentários: 1
Aldeias do Soajo e do Lindoso – à descoberta dos tesouros do Alto Minho

Em comum, as aldeias do Soajo e do Lindoso possuem uma beleza invulgar, a paz do silêncio rural (impraticável na correria citadina) e os maiores conjuntos de espigueiros do Alto Minho.

O mais remoto documento referente ao Soajo data do ano 950, mas apenas no século xvi lhe foi atribuída carta de foral. Os habitantes eram denominados monteiros, designação que derivava da sua actividade principal: a caça. A localização (numa das vertentes da serra da Peneda, sobranceira ao rio Lima, no concelho de Arcos de Valdevez) e a dificuldade de acesso ditaram, durante muitos anos, um isolamento atroz. Mas, como diz o povo: «Há males que vêm para bem» e este facto reforçou o espírito comunitário e evangélico, que sempre granjeou a esta população o carinho e privilégios por parte do poder real. Conta-se que D. Dinis, extremamente sensível aos direitos dos soajeiros, terá recebido, num dia em que passava pelo Soajo, queixas de abusos dos fidalgos relativamente aos monteiros. Ordenou imediatamente que os ditos fidalgos não se demorassem por aquelas paragens mais do que o necessário para «esfriar um pão na ponta de uma lança».

Aproveitando o ensejo desta história, partimos para a praça principal, onde se destaca o pelourinho, elemento arquitectónico de forma muito simples mas original, datado de 1910. Patenteia no alto da coluna um rosto esculpido com um triângulo ao cimo, que, no entender de alguns autores, representaria o fidalgo com o pão a esfriar.

As ruas são ainda pavimentadas com lajes de granito e as casas edificadas com blocos de pedra. Continuam a encontrar-se casas bem típicas, com dois andares, varanda corrida no topo, janelas e portas pequeníssimas e uma escada exterior.

A igreja do Soajo consubstancia um simpático templo em cantaria, com uma torre sineira à direita da frontaria.

Os 24 espigueiros (exemplares da arquitectura rural e popular do Norte do país destinados ao armazenamento e conservação das espigas de milho grosso, nestas aldeias todos feitos em pedra à excepção das portas), localizados numa gigantesca laje granítica utilizada como eira comunitária, foram classificados como imóvel de interesse público em 1983, funcionando como museu vivo.

Não muito longe do Soajo está a aldeia do Lindoso, concelho de Ponte da Barca. A eira comunitária, embora aqui com outro enquadramento, acolhe, do mesmo modo, um admirável conjunto de espigueiros. À chegada, é contudo o castelo medieval que toma conta dos sentidos. Esta construção do rei D. Afonso iii foi declarada monumento nacional. O quadrado de 80 metros de largura com uma esplêndida torre de menagem feudal que constitui a edificação foi alvo de ataques frequentes no decurso da guerra da independência de Espanha, no século xvii. Lá do alto, é vasto o horizonte do que a vista alcança: o vale do rio Lima, as serranias circunvizinhas e até a Galiza.

O que acha de uma “caça ao tesouro” da calma do puro ambiente rural e serrano?


Maria Bijóias

Título: Aldeias do Soajo e do Lindoso – à descoberta dos tesouros do Alto Minho

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Comentários     ( 1 )    recentes

  • SophiaSophia

    13-06-2014 às 17:25:32

    Acho excelente! Essa serra e todo esse ambiente rural, meio rústico faz muito bem à alma. Com certeza, adoraria conhecer as aldeias do Soajo e do Lindoso!
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

Comentários - Aldeias do Soajo e do Lindoso – à descoberta dos tesouros do Alto Minho

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Martelos e marrettas

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Tema: Ferramentas
Martelos e marrettas\"Rua
Os martelos e as marretas são, digamos assim, da mesma família. As marretas poderiam apelidar-se de “martelos com cauda”. Elas são bastante mais robustas e mantêm as devidas distâncias: o cabo é maior.

Ambos constituem, na sua génese, amplificadores de força destinados a converter o trabalho mecânico em energia cinética e pressão.

Com origem no latim medieval martellu, o martelo é um instrumento utilizado para “cacetear” objectos, com propósitos vários, pelo que o seu uso perpassa áreas como o Direito, a medicina, a carpintaria, a indústria pesada, a escultura, o desporto, as manifestações culturais, etcétera, variando, naturalmente, de formas, tamanhos e materiais de composição.

A diversidade dos martelos é, realmente, espantosa. O mascoto, por exemplo, é um martelo grande empregue no fabrico de moedas. Com a crise económica que assola o mundo actualmente, já se imaginam os governantes, a par dos banqueiros, de martelo em punho para que não falte nada às populações…

Há também o marrão que, mais do que o “papa-livros” que tira boas notas a tudo, constitui um grande martelo de ferro, adequado para partir pedra. Sempre poupa trabalho à pobre água mole…

O martelo de cozinha serve para amaciar carne. Daquela que se vai preparar, claro está, e não da de quem aparecer no entretanto para nos martelar a paciência…!

Já no âmbito desportivo, o lançamento do martelo representa uma das provas olímpicas, tendo sido recentemente adoptado na modalidade feminina. Imagine-se se, em vez do martelo, se lançasse a marreta… seria, certamente, mesmo sem juiz nem tribunal, a martelada que sentenciaria a sorte, ou melhor, o azar de alguém!

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