A moda que sai da TV para o palco da vida
Por dez euros, os adolescentes podem adquirir camisolas parecidas com as dos seus atores preferidos ou t-shirts como as que os elementos das bandas juvenis da berra usam nos concertos. Tudo se processa da seguinte forma: os figurinistas criam ou propõem um estilo, que os atores transformam numa moda, a que os segmentos-alvo aderem, aproveitando, então, as empresas que detêm o guarda-roupa o ensejo para fazer mercancia. É uma forma de a empresa produtora tentar reaver algum do investimento em figurinos (que não é coisa de pouca monta, nomeadamente no inverno, em que as coleções são maiores e a roupa mais cara).
Não há dúvida que o acordo é proveitoso para ambas as partes. As marcas, à partida, recuperam várias vezes mais o que investem em retorno de publicidade. Com efeito, o impacto visual em televisão é muito superior ao dos desfiles. Por outro lado, está provado que a atitude e os bons figurinos são garantia de sucesso das obras televisivas.
Os psicólogos, por seu turno, mostram preocupação com a perda da individualidade. Efetivamente, a inclinação para imitar quem tem sucesso é natural, mas a imitação acaba por ser redutora e não permitir a expansão da criatividade, podendo até anular os próprios gostos. Porque é que as pessoas se conformam de maneira incontestada com os padrões que uns poucos definem para a moda social? Trata-se de uma formatação aceite que, no caso da infância e da adolescência, se pode revelar castradora do desenvolvimento pessoal. De facto, a juventude é mais permeável a estes modelos, que lhes são mais impostos do que propostos, num altura em que a individualidade devia ser trabalhada em ordem à descoberta da própria identidade e do equilíbrio.
Comentários ( 1 ) recentes
- Sophia
04-06-2014 às 06:30:25É interessante como essa coisa de modinha da TV acaba sendo real na vidas de milhares de pessoas.
¬ Responder
Cumprimentos,
Sophia