Serviço Social – Uso e/ou Abuso
Quais serão os anseios do utente? Que poderá este esperar do profissional que está na sua frente? E do serviço em geral? Naturalmente a pessoa-cliente poderá esperar que o profissional o atenda em ambiente reservado, sem os olhos curiosos de terceiros, que o escute atentamente e procure compreender em profundidade o “seu problema”, que o informe de uma forma clara, com uma linguagem que possa entender, independentemente da sua origem, situação económica ou formação académica, que o oriente no desenvolvimento de um plano que venha a solucionar aquilo que o apoquenta, e que o apoie no acesso aos recursos informais, formais e societais, de tal forma que possa sentir-se capaz de alcançar a resolução da sua situação problema.
Nesta primeira fase dá-se uma exploração do problema para que se possa alcançar uma compreensão tão clara quanto possível, apesar da subjetividade que lhe está inerente em virtude da situação de vida em que está envolvido ser única para a pessoa que o apresenta, mas poder ser apreciado de formas muito diferentes se for vivenciado por outras pessoas e noutras circunstancias.
É de absoluta necessidade verificar com alguma calma os contornos pessoais e sociais de toda a situação, de forma a poder chegar a conclusões claras sobre o problema como também sobre a personalidade da pessoa que o apresenta; só assim será possível elaborar um plano de resolução.
Em primeiro lugar, a preocupação do técnico está voltada para a pessoa que se assume como utente, no entanto, esta não é um elemento único na família, na sociedade e no mundo, esta pessoa, está envolvida numa porção de relacionamentos, uns de natureza profissional, outros de natureza social e ainda outros de natureza familiar.
O técnico procurará necessariamente intervir dentro das suas possibilidades, não perdendo de vista a situação colocada pelo utente em causa mas procurando vislumbrar se há dependentes em algum risco. Neste contexto, nem sempre os técnicos são apreciados, eles são a cara de um inimigo (o estado) a quem se recorre tantas vezes indevidamente no intuito de alcançar vantagens quando tantas vezes os reais problemas estão muito para além daquilo que é apresentado. Aqui cabe ao técnico ser perspicaz ao ponto de diferenciar entre as situações reais e as farsas, coisa que nem sempre é fácil, uma vez que vivemos num mundo de artistas que facilmente orientam planos para conseguir os seus objetivos.
Comentários ( 1 ) recentes
- Sophia
30-05-2014 às 00:52:53Verdade tudo que escreveste. Às vezes, o abuso é surreal, e nem sabe-se como agir na hora. Muito bom seu texto!
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Cumprimentos,
Sophia