Marés, espuma e sangue
Permitia a ligação com locais de difícil acesso onde o barco era o único meio possível de atingir esses locais. Desde que foi inventado tornou-se cada vez mais trabalhado, mais complexo e constituído de madeira mas também com outros materiais. Foram vários os barcos que ficaram na história. Segundo a bíblia, Noé construiu uma arca de madeira colossal onde transportou um casal de cada espécie que navegou durante o grande diluvio.
Mas mais barcos ficaram na história, nem sempre a biografia deste meio de transporte teve sempre dias favoráveis. Nem sempre os testes corriam bem, nem sempre se conseguia aliar as leis da física e geometria que faziam flutuar e mover os barcos pela água. Era uma guerra interminável entre as criações do homem e as leis da natureza. Grandes barcos ficaram para a história, famosas recordações que ficaram para a eternidade lembradas por diversas razoes.
Os descobrimentos foram um grande marco na história e foi graças a este meio cada vez mais evoluído que permitiu este grande passo. A sede de descoberta foi demasiado desmedida. Camões escreveu "Deus quer o homem sonha a obra nasce". O sonho tornou-se realidade, desvendaram mitos, arrancaram verdades dos sete mares, rasgaram horizontes, descobriram o mundo. Pioneiros nos mares, corajosos enfrentaram os seus medos, rumaram ao desconhecido. Foram inúmeros anos em que a saída de barcos a descoberta era incessável.
Muitos morreram na conquista dos novos horizontes, muitos outros provaram a glória desses anos de ouro. Começou-se a conhecer o mundo tal como o conhecemos. Os barcos que ficaram imortalizados nestes descobrimentos foram as caravelas portuguesas, ficaram imortalizadas no tempo como os barcos que descobriram o planeta de lés-a-lés.
Mas por outro lado, muitas vidas se perderam, muitos barcos se afundaram. Muitos gigantes dos mares foram criados, autênticos palácios que guiavam pelos mares milhares de pessoas. Mas muitos deles acabaram em tragedia. O mais destacável, imortalizado e que ninguém vai esquecer é sem dúvida o Titanic. Parecia uma miragem colossal, luxuosa e segundo muitos inafundável. Mas o contrário acabou, infelizmente por acontecer.
Aquele que se dizia inafundável revelou-se um dos maiores desastres marítimos. O choque contra o iceberg e as águas frias do árctico, foram uma soma de factores que vitimaram milhares de pessoas naquelas águas gélidas. Muitos mais foram os desastres e não só nos podemos referir a perdas humanas mas a desastres petrolíferos que derramaram águas e orlas continentais que destruíram e puseram em risco muitos animais que se viram encurralados naquelas marés negras.
Muitos são os barcos que se contam nestas situações, ao longo dos tempos muitos foram os pesadelos que tornaram este sonho dos mares. Entre os naufrágios notáveis, podem-se citar o “Blanche-Nef”, o “Medusa” e o “Lancastria. Muitas vidas se perderam, muitos ecossistemas se destruíram mas com o passar dos anos e olhando para traz, esses pesadelos são apenas isso. O maior derramamento de petróleo de um navio foi o do “Atlantic Empress”em 1979 lançou 287 mil toneladas de petróleo no mar.
Hoje, olhamos para um porto e vemos desde pequenos barcos a motor, alguns mais arcaicos e rudimentares ainda a remos mas por outro lado o luxo e a refinação dos gigantes dos mares. Autenticas atracções aos olhos humanos que se exaltam com a grandiosidade de tal invenção.