Fecho das urgências
Segundo as recentes notícias, um grupo de peritos propôs o fecho de 12 urgências de hospitais a nível nacional.
Segundo o Público, as urgências a serem fechadas seriam a de Macedo de Cavaleiros, Fafe, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso, Valongo, Peniche, Tomar, Montijo, Montemor-o-Novo, Serpa, Lagos e Loulé.
Na mesma notícia, encontramos também a proposta de desclassificação (entenda-se, passagem a um nível inferior) de outras tantas urgências. Estas seriam Mirandela e Póvoa de Varzim (passariam de Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico para Serviço de Urgência Básico), Hospital dos Covões (passaria de Serviço de Urgência Polivalente para um nível intermédio) e o Hospital Garcia da Orta (que passaria de SUP para SUMC, no entanto foi já refutada esta hipótese).
No total, a rede de urgências seria reduzida das 89 apresentadas em 2007 para apenas 72.
Não entendo, no entanto, qual a lógica destas medidas.
Para começar, embora não seja perita na matéria, sou utilizadora dos hospitais, tal como todos nós, e confesso que nunca vi uma urgência vazia ao ponto de justificar o seu fecho. Pelo contrário, chegamos a estar noites inteiras à espera na urgência de um hospital.
Em segundo lugar, acho incrível o facto de ter ouvido dizer que “nenhum utente está a mais de 60 minutos de uma urgência”. Então vejamos, um AVC requer intrevenção imediata. Ora, uma pessoa que esteja a 60 minutos (1 hora) de uma urgência leva, por exemplo, 15 minutos a detectar os sintomas, mais 10 para ligar ao INEM. O INEM reencaminha o pedido para a equipa mais próxima (que estará a 60 minutos do local), que por sua vez se equipa e prepara. Mais 15 minutos. Daí ao local, demoram 60 minutos. Chegando ao local, a examinação do doente e colocação na ambulância pode levar, na melhor hipótese, mais 15 minutos. Daí, seguem-se mais 60 minutos para a urgência, onde será atendido.
Em suma, um doente com um AVC pode levar até 15+10+15+60+15+60= Duas horas e 55 minutos!!!
Quase três horas para intrevir num AVC, que deveria ter intrevenção imediata. Isto claro, sem contar com semáforos, trânsito e todos os tipos de contratempos que possam surgir.
Num país em que se paga o volume de impostos que se paga em Portugal, esta situação parece-me inadmissível, pois para além deste exemplo temos uma vasta panóplia deles (acidentes com feridos graves, sufocamentos de origem alérgica, grávidas em trabalho de parto, entre outros).
Enfim, desejo-vos a todos felicidade e muita saúde, pois esta é gratuita e de qualidade… enquanto a temos.
Segundo o Público, as urgências a serem fechadas seriam a de Macedo de Cavaleiros, Fafe, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso, Valongo, Peniche, Tomar, Montijo, Montemor-o-Novo, Serpa, Lagos e Loulé.
Na mesma notícia, encontramos também a proposta de desclassificação (entenda-se, passagem a um nível inferior) de outras tantas urgências. Estas seriam Mirandela e Póvoa de Varzim (passariam de Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico para Serviço de Urgência Básico), Hospital dos Covões (passaria de Serviço de Urgência Polivalente para um nível intermédio) e o Hospital Garcia da Orta (que passaria de SUP para SUMC, no entanto foi já refutada esta hipótese).
No total, a rede de urgências seria reduzida das 89 apresentadas em 2007 para apenas 72.
Não entendo, no entanto, qual a lógica destas medidas.
Para começar, embora não seja perita na matéria, sou utilizadora dos hospitais, tal como todos nós, e confesso que nunca vi uma urgência vazia ao ponto de justificar o seu fecho. Pelo contrário, chegamos a estar noites inteiras à espera na urgência de um hospital.
Em segundo lugar, acho incrível o facto de ter ouvido dizer que “nenhum utente está a mais de 60 minutos de uma urgência”. Então vejamos, um AVC requer intrevenção imediata. Ora, uma pessoa que esteja a 60 minutos (1 hora) de uma urgência leva, por exemplo, 15 minutos a detectar os sintomas, mais 10 para ligar ao INEM. O INEM reencaminha o pedido para a equipa mais próxima (que estará a 60 minutos do local), que por sua vez se equipa e prepara. Mais 15 minutos. Daí ao local, demoram 60 minutos. Chegando ao local, a examinação do doente e colocação na ambulância pode levar, na melhor hipótese, mais 15 minutos. Daí, seguem-se mais 60 minutos para a urgência, onde será atendido.
Em suma, um doente com um AVC pode levar até 15+10+15+60+15+60= Duas horas e 55 minutos!!!
Num país em que se paga o volume de impostos que se paga em Portugal, esta situação parece-me inadmissível, pois para além deste exemplo temos uma vasta panóplia deles (acidentes com feridos graves, sufocamentos de origem alérgica, grávidas em trabalho de parto, entre outros).
Enfim, desejo-vos a todos felicidade e muita saúde, pois esta é gratuita e de qualidade… enquanto a temos.