E depois de um aborto
A ocorrência de um aborto quando a gravides foi planeada é um turbilhão complicado de gerir e uma dor muito complicada.
Mesmo que o aborto ocorra no início da gravides, há que ter em conta que muitas gravidas vivem a gestação de forma intensa desde o início. A partilha com o Ser que já está na sua barriga, os sonhos, os planos, os desejos de conhecer o seu pequeno bebé são momentos que se vivem todos os dias a todos os instantes pela gravida.
Abortar é um risco que todas as gravidas correm e mesmo com todos os
fatores que a sociedade nos oferece para que a taxa de abortos baixe todos os anos, estes episódios acontecem e sempre acompanhados por sentimentos extremamente complicados.
Em primeiro lugar vem a negação e nos primeiros dias, aceitar a realidade pode ser de uma ansiedade completamente descontrolada. Negar o episódio é o princípio de um doloroso processo.
Dar a notícia aos mais próximos e ter de enfrentar aqueles que já sabiam da gravides mas não sabem do aborto. É viver permanentemente o aborto e ter de “mastiga-lo” à exaustão.
Num segundo passo vem a culpabilidade. A mulher culpabiliza-se sobre o ocorrido. “Se eu tivesse tido aquele cuidado” ou “onde é que eu errei” são apenas algumas perguntas entre as milhares a que não vai encontrar resposta. A culpa pode não ser de ninguém e tem de perceber isso o quanto antes. Uma ajuda do seu médico obstetra é fundamental nesta fase tão depressiva. Faça-lhe todas as perguntas lógicas e permita-se até às mais absurdas.
Deverá sentir-se apoiada e procure no seu companheiro uma ajuda. Não se esqueça que ele também estará em sofrimento, pelo que a vossa união é fundamental.
Vá ao médico e insista consigo mesmo em pedir ajuda psicológica se achar que não consegue recuperar-se sozinha. Pedir ajuda só vai prepará-la para outros momentos na sua vida e quem sabe até para uma nova gravides daqui a algum tempo.