As Crianças e a Sexualidade
Quantos de nós já não ficou envergonhado com alguma situação ou até mesmo questão colocada por uma criança?
A sexualidade faz parte da nossa vida desde sempre e quanto mais for tabu, mais curiosidade desperta. Perguntas e incógnitas sobre a sexualidade ocorrem nas crianças que todos sabemos, são verdadeiras esponjas insaciáveis de conhecimento comum e social.
Mas se a sexualidade desperta tanta curiosidade e é tantas vezes motivo de vergonha, como abordar o tema sexualidade nas crianças?
Se é adulto estará bem informado (pelo menos é o que se espera perante tantas desmitificações e tantas fontes a que pode recorrer). O ponto mais importante quando uma criança lhe fizer uma pergunta de cariz sexual é responder. É simples, mas pode ter uns desvios e não ser em linha reta.
As perguntas básicas devem ser respondidas de forma básica. À partida, uma pergunta simples será saciada com uma resposta simples. Estando estancada a curiosidade momentânea, não precisa de dar informações a mais. No entanto prepare-se pois surgirão novas perguntas.
Esclarecer a criança é o fundamental e sempre de forma adequada. Se a pergunta for de onde nasceu, nada como responder que foi no hospital pela barriga da mãe. Aproveite nesta altura e diga que foi um momento feliz e de imensa satisfação. Mas nem tudo são perguntas. Existem muitos atos que podem causar incómodo nos pais.
Por volta dos 3 anos as crianças descobrem e têm noção da comparação entre o seu corpo e o dos seus amigos. Olham para o seu e comparam. O maior choque poderá ser o de comparação entre sexos opostos. Num balneário isto acontece com frequência. Nada de pânicos. Explique ao seu filho as verdadeiras diferenças entre meninos e meninas. Por esta altura as crianças têm o hábito de mexer nos seus órgãos. A melhor forma de lidar com isto é distraí-los com outra coisa. Ralhetes por causa disso são absurdos e criam barreiras que não deve construir.
Não se choque e não julgue que existe nas crianças uma carga ou conotação erótica. Estes estereótipos estão na cabeça dos adultos. As crianças são exploradores e nós, enquanto guias do caminho que eles querem descobrir, temos não só o dever mas também a obrigação de os encaminhar para que a descoberta seja a mais saudável (física e emocional) possível.
Comentários ( 1 ) recentes
- Sofia Nunes
16-09-2012 às 15:05:34Deparando-me com o tema do seu artigo, não pude deixar de me lembrar das conjecturas de Freud acerca da sexualidade infantil. Afinal, ainda que o pai da agora moribunda psicanálise estive errado na maioria das suas teorias, estava correto quando defendia que as crianças também conhecem a sexualidade. Quais os contornos dessa sexualidade é, julgo, um assunto ainda pouco explorado em termos científicos. De certa forma, permanece um assunto tabu entre especialistas do comportamento.
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