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Praia da Adraga

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Outros
Visitas: 4
Comentários: 3
Praia da Adraga

A praia da Adraga localiza-se a norte do Cabo da Roca, no concelho de Sintra. O areal está enquadrado por altas falésias calcárias, tendo a natureza esculpido um característico arco, no imenso rochedo que limita a praia, à esquerda. Observada do alto, percebe-se que a praia está virada para noroeste, sendo essa a causa para o seu mar quase sempre muito agitado e frio, e para o forte vento que muitas vezes se faz sentir.

Como paisagem, a Adraga é um belo quadro salpicado duma beleza natural romântica, pura e feroz, como um animal selvagem e indomável, que constantemente solta os seus rugidos, inspirando, por vezes, medo, admiração, fascínio, e sempre respeito. Será talvez por isso que já serviu de cenário a filmes, telenovelas, filmes publicitários, sessões de fotografia e, pelo menos uma vez (que eu saiba), palco para o concerto noturno de um conjunto musical – alguns dos membros desse conjunto habitam em Almoçageme, a localidade que é necessário atravessar-se para chegar à praia.

Desde sempre que me lembro de frequentar esta praia. A menos de dois quilómetros da terra onde nasceu a minha mãe (Almoçageme) e onde tenho muitos dos meus familiares, deve ter sido, até, a primeira praia que conheci.

Esse mar revolto deu-me a minha mais antiga memória de ser enrolado nas ondas. Teria os meus cinco anos, provavelmente e recordo-me de estar à beira mar. De repente, tudo era água! E só me lembro de vir a caminho das nossas toalhas, nos braços de um dos meus tios. Contudo, esse susto não me fez ganhar medo e, ao longo dos anos, muitas foram as vezes que as ondas da Adraga, e de algumas outras praias, também, me pregaram a rasteira de me enrolar e encher de areia, enquanto me atiram para terra – ter ido para a natação, aos seis anos, ajudou-me a não ter medo da água e a ser até um pouco atrevido demais, no mar, quando era mais jovem, sendo que esse atrevimento, às vezes, era castigado pela rebentação das ondas.

A Adraga não é apenas a minha praia de eleição (apesar do seu mar frio e revolto), é também um dos meus lugares favoritos. Por ser a praia que frequento desde sempre, é cenário de inúmeras memórias, quer de momentos, quer de pessoas que me são queridas – familiares, amigos, romances… Recordo-me de ir ao banho com os meus primos, desafiando as ondas e ignorando a temperatura da água; de fazer túneis e castelos na areia; de jogar à bola e às raquetes; de entreter os meus primos mais novos com brincadeiras e jogos vários; de me lançar em voo para apanhar uma t-shirt de oferta, lançada por um avião; de aqui trazer bons amigos, partilhando com eles este belo cenário; de ser surpreendido por uma onda mais alongada, no areal, enquanto tirava fotografias à paisagem, com uma companhia muito especial; de estar com essa mulher nos braços, cerca da 1 hora da manhã, a meio do areal a ver o brilho das estrelas no céu e a ouvir o mar, enquanto planeávamos um futuro que acabou por não se concretizar…

A Adraga é, sem dúvida, um dos palcos da minha vida que mais aprecio pisar. Um daqueles lugares onde a alma encontra uma energia inexplicável que a regenera, protege e fortalece, e onde parece que vem deixar um pouco de si e levar um pouco da areia e do transpirar salgado da espuma das ondas, para continuar a construir-se. Quase como um diário, onde nos depositamos e escondemos (como tesouro enterrado), ao mesmo tempo que nos relemos e descobrimos a nos mesmos.


Paulo c. Alves

Título: Praia da Adraga

Autor: Paulo c. Alves (todos os textos)

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Comentários     ( 3 )    recentes

  • Kizua UriasKizua

    18-08-2014 às 02:17:33

    Um dia quero visitar essa praia da Adraga! Parece ser bem interessante!

    ¬ Responder
  • Carla HortaCarla Horta

    17-09-2012 às 23:51:47

    Nunca visitei o local, mas a forma como foi descrito abre o apetite a uma pequena viagem ao local. Parabéns pelo texto, que para além de se apresentar informativo desperta curiosidade e muita vontade de visitar.

    ¬ Responder
  • Sofia NunesSofia Nunes

    17-09-2012 às 13:10:58

    Certamente que um texto tão inspirado, denotando carinho por uma praia claramente tão querida ao autor, levará leitores que a desconhecem a desejar visitá-la. Desconheço a praia da Adraga, sendo a praia da minha infância a de Sesimbra. Não tendo por hábito visitar as praias de Sintra, chamaram-me a atenção as suas descrições do mar, da natureza, dos momentos que lá passou. O mar revolto que refere é provavelmente a característica que me fará visitá-la.

    ¬ Responder

Comentários - Praia da Adraga

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Martelos e marrettas

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Ferramentas
Martelos e marrettas\"Rua
Os martelos e as marretas são, digamos assim, da mesma família. As marretas poderiam apelidar-se de “martelos com cauda”. Elas são bastante mais robustas e mantêm as devidas distâncias: o cabo é maior.

Ambos constituem, na sua génese, amplificadores de força destinados a converter o trabalho mecânico em energia cinética e pressão.

Com origem no latim medieval martellu, o martelo é um instrumento utilizado para “cacetear” objectos, com propósitos vários, pelo que o seu uso perpassa áreas como o Direito, a medicina, a carpintaria, a indústria pesada, a escultura, o desporto, as manifestações culturais, etcétera, variando, naturalmente, de formas, tamanhos e materiais de composição.

A diversidade dos martelos é, realmente, espantosa. O mascoto, por exemplo, é um martelo grande empregue no fabrico de moedas. Com a crise económica que assola o mundo actualmente, já se imaginam os governantes, a par dos banqueiros, de martelo em punho para que não falte nada às populações…

Há também o marrão que, mais do que o “papa-livros” que tira boas notas a tudo, constitui um grande martelo de ferro, adequado para partir pedra. Sempre poupa trabalho à pobre água mole…

O martelo de cozinha serve para amaciar carne. Daquela que se vai preparar, claro está, e não da de quem aparecer no entretanto para nos martelar a paciência…!

Já no âmbito desportivo, o lançamento do martelo representa uma das provas olímpicas, tendo sido recentemente adoptado na modalidade feminina. Imagine-se se, em vez do martelo, se lançasse a marreta… seria, certamente, mesmo sem juiz nem tribunal, a martelada que sentenciaria a sorte, ou melhor, o azar de alguém!

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