População intelectual na Idade Média
Nos finais do século, as escolas monásticas vão fechar-se para aqueles que não querem ser monges. O ensino público continua nas escolas das catedrais. Surgem os intelectuais em meios urbanos. Estes são sobretudo homens e podem ser filhos segundos da nobreza, da burguesia e dos camponeses. Através das traduções feitas na Itália e na Península Ibérica (grego e árabe), começava a conhecer-se o legado da humanidade. Vão surgir centros de cultura, como Paris. Contudo, estas cidades começaram a vivenciar alguns problemas. Criam-se grupos de estudantes marginais, da vida errante, vivendo dos expedientes. Criticaram a nobreza (orgulho sem mérito), os clérigos (vida contraditória com os princípios da igualdade), os próprios mestres e a burguesia (querem imitar a nobreza).
A figura intelectual mais conhecida do século XII foi Pedro Abelardo. Decidiu ir para Paris com um mestre, mas constata que este não tem nada para lhe oferecer. Teve que fugir de Paris e quando voltou começou a ensinar a Dialética. Porém, ainda não satisfeito, decidiu ir aprender com outro mestre, mas também este mestre nada tinha para lhe ensinar. Começou a ensinar Teologia e, entretanto, apaixonou-se por Heloísa, ela engravidou e ele foi obrigado a casar com ela. Decidem, mais tarde, separar-se e ir cada um para um convento. Pensando que a sua sobrinha tinha sido repudiada, o tio de Heloísa castrou Abelardo. Saiu do mosteiro e voltou, novamente, para Paris. Entrou em conflito com Bernardo de Claraval. Este tentou afoguentar os discípulos de Abelardo, mas não conseguiu. Queimou os seus livros.
Mais tarde, Pedro Abelardo refugiou-se no Mosteiro de Cluny, não voltando a ensinar.
No século XIII, surgiu as Universidades. Algumas Universidades surgiram de forma espontânea e outras por vontade de papas e reis. Estes rodeavam-se de intelectuais para realizar determinadas funções. Os cursos de destaque eram o Direito, a Teologia e a Medicina.