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Língua Portuguesa: Diferença De “Para Ele” e “Para Si”

Categoria: Outros
Língua Portuguesa: Diferença De “Para Ele” e “Para Si”

Há muita confusão no uso de “para ele” com o “para si”. Entenda como eles funcionam em contextos diferentes e comece a utilizá-los de forma correta tanto no falar como na escrita.

Observem-se estes exemplos:
a) Quando o cantor chegou, todos os olhares se dirigiram para ele;
b) Antônio comprou roupas para o filho e para si.

No primeiro exemplo, empregou-se para ele porque ele não se refere ao sujeito da oração (olhares). No segundo, empregou-se para si porque “si”, pronome reflexivo, se refere ao sujeito da oração (Antônio). Portanto, si deve usar-se com sentido reflexivo, isto é, deve referir-se ao sujeito da oração. Caso contrário, empregar-se-á ele ou ela.

Comparem-se as duas frases seguintes e observe-se como a troca do pronome lhes altera o sentido: Lúcia pôs o vestido que a mãe fez para ela (ela = Lúcia) / Lúcia pôs o vestido que a mãe fizera para si ( si = mãe de Lúcia).

Referindo-se a um escritor que ela entrevistara, escreveu uma certa jornalista:
“Ele ouve atentamente a mais simples pergunta. Faz uma longa pausa para responder cada uma, como se buscasse no seu íntimo uma resposta para ele mesmo”. O correto é: “...como se buscasse uma resposta para si mesmo”

Como a jornalista, muitos usam, erradamente, para ele, para ela, quando só tem cabimento para si. Para não errar, basta seguir esta regra:
*** Sempre que o sujeito é beneficiário da ação expressa pelo verbo, dir-se-á para si ou para si mesmo, desde que o pronome reflexivo si não venha seguido de infinitivo. Exemplos:
1) João reservou o melhor lugar para si;
2) A mãe trabalha para os filhos e para si;
3) Ninguém deve fazer aos outros o que não deseja para si mesmo;
4) José construiu a casa para si;
5) José construiu a casa para ele morar com os pais (No caso, ele vai construir não uma casa para si mesmo, e sim para ele e os pais. Observe que o ele está com o verbo no infinitivo);
5) Consultor diz que, em aves, o Brasil é rival de si mesmo.

Bem, agora você já sabe como usá-lo e não se confunde mais.

Até à próxima dica de português!


Rafaela Coronel

Título: Língua Portuguesa: Diferença De “Para Ele” e “Para Si”

Autor: Rafaela Coronel (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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