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Crianças presas em casa sem poderem brincar na rua

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Outros
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Crianças presas em casa sem poderem brincar na rua

Antigamente, dizia-se que a rua era escola de vida. Hoje, pelas mais variadas razões, e sobretudo nas cidades, os lares, e particularmente os quartos, estão cheios de reféns dos medos e das inseguranças dos pais (que ouvem e veem nas notícias relatos de raptos, atropelamentos, violações e outras tantas desgraças, mais ou menos empoladas, como foi o caso Maddie), da televisão, do computador (sendo que, não raras vezes, a Internet se apresenta bem mais perigosa do que a própria rua, porque mais silenciosa e discreta, mas igual ou superiormente perniciosa), da falta de espaços livres, do excesso de parque automóvel a circular, etcétera.

Brincar na rua sem a supervisão atenta de adultos é algo cada vez mais raro, e o recreio da escola é onde, amiúde, esta experiência se consegue fazer de forma livre. Nem para a escola ou para outras atividades as crianças já podem ir sozinhas! Esta circunscrição exagerada está a fazer com que os miúdos deixem de ser miúdos, pois sem espontaneidade não se é capaz de ser criança. Não é possível viver uma infância programada e inventada por gente tão crescida que perdeu a capacidade de perceber que hoje em dia também há meninez! É contra-natura…

Deste modo, por muito bem que queiram aos filhos, o que os pais fazem é comprometer o seu desenvolvimento e promover um autêntico “analfabetismo motor”. Desabituados de correr, quando o efetivam os miúdos chocam entre si de maneira absurda. Isto decorre da diminuição da perceção e, em diversas situações, do peso em demasia que a letargia a que são condenados produz. A identidade da meninice não de compadece com o conceito de uma mente ativa num corpo que não é autorizado a mexer-se! Onde está o contacto com a Natureza e com os animais, tão importantes no processo de crescimento? Ir à aventura, descobrir, inventar são ideias crescentemente teóricas. Esquecemo-nos, porém, que o tempo de brincar e as próprias brincadeiras são instrumentos fundamentais de aprendizagem e adaptação a situações imprevistas de cariz motor, social e emocional na vida adulta. Brincar é, portanto, aprender a viver.

As crianças são, com frequência, vistas como adultos em miniatura, mas não é justo que expectativas sobre elas criadas e orgulhos pessoais dos pais e familiares em determinados desempenhos delas lhes tirem o direito a desfrutar da única etapa da vida em que não devem ter preocupações nem sentir-se oprimidas, e lhes ocupem o tempo que lhes pertence para fazerem o que lhes apetece com coisas de que nem gostam. De contrário, há matéria mais do que suficiente para escrever um livro ou um argumento de um filme intitulado: «Infância roubada», pois, na prática, é isso que acontece.

Maria Bijóias

Título: Crianças presas em casa sem poderem brincar na rua

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Imagem por: Pink Sherbet Photography

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Fine and Mellow

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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