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A Dor de Perder Um Filho – É possível ultrapassar?

Categoria: Outros
Comentários: 1
A Dor de Perder Um Filho – É possível ultrapassar?

Este é antes de qualquer coisa o assunto que mais custa e mais dói. Batalhamos e lutamos por uma imensidão de coisas todos os dias, e muitas são as vezes em que ganhamos, mas também perdemos.

Somos educados para saber lutar, e tal como qualquer ser humano, as adversidades da vida, endurecem-nos, mesmo que muitas vezes nem demos conta. Um sábio dizia que o que não nos mata, endurece-nos e muitas vezes essa é a realidade.

Aprendemos a lamber as nossas próprias feridas e tornamos a lutar.

A vida, coloca-nos obstáculos que conseguimos sempre ultrapassar, mas existe uma dor que é contra-natura e deixa a maior dor que se possa imaginar. Perder um filho.

Estamos habituados a ter a certeza que morreremos primeiro que os nossos filhos, mas se nos passa pela ideia o contrario, aperta-nos a garganta e imediatamente mudamos o pensamento para qualquer outro assunto. Dói sé de pensar, certo?

Mas infelizmente acontece. Perder um filho, causa uma dor aguda, infinita e abre-se um buraco sem fundo no meio do peito. Um buraco que nunca, nunca mais vai voltar a fechar e disso, julgo que ninguém terá a mínima duvida. Custa respirar e comer, é coisa quase impossível.

A dor de perder um filho é em muitos casos impossível de ultrapassar, e deste peso, ninguém que tenha perdido um se livra. No entanto, existem algumas medidas que devem ser tomadas para que se consiga sobreviver a isto e trazer uma certa paz interior.

Naturalmente que isto dito desta maneira pode parecer frio, mas ninguém está a pedir a uma mãe que esqueça, estamos só a pedir que reaja.

Existem outras pessoas na vida destes pais, para além do filho que lhes morreu, pelo que é importante sair da inércia.

Falar com outros pais que tenham passado pelo mesmo é essencial. Existem associações em Portugal e no mundo de pais que perderam os seus filhos que se entre ajudam, pelo que conversas assim, nunca vão ser demais.

Arranje uma actividade que goste. Ninguém lhe está a pedir que sorria compulsivamente e que desperte para a folia, mas faça o seu luto de forma diferente. Associe-se ou faça voluntariado. Ajude os outros da melhor forma, ocupando também o seu tempo.

Altere algumas coisas em casa, inclusivamente a disposição da mesa á hora do jantar. Na vez de se sentar à cabeceira, troquem de lugares, para não dar lugar a um vazio.

Por último (entre tantas outras coisas), consulte um psicólogo se achar necessário. Esta dor é quase impossível de ultrapassar e vai sempre sentir um vazio dentro de si. No entanto, saiba que o vazio pode ficar mais pequenino, sem nunca se esquecer que ele lá está.

Olhe para o céu e lembre-se que o seu filho gostaria que fosse feliz.


Carla Horta

Título: A Dor de Perder Um Filho – É possível ultrapassar?

Autor: Carla Horta (todos os textos)

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Comentários     ( 1 )    recentes

  • Fernanda Suguino

    05-01-2013 às 09:39:23

    Um filho nunca será substituível. A dor é forte, paralisante, cortante... quase insuportável. O silêncio tomou conta de mim e eu só consegui escrever. Escrever a minha indignação, os meus sentimentos e a minha admiração pelas mães que eu conheço.

    Quantas mães ainda vão ter que chorar devido à falta de responsabilidade de quem não se importa com o próximo?

    Os meus sinceros sentimentos... é tudo o que eu tenho a dizer.

    ¬ Responder

Comentários - A Dor de Perder Um Filho – É possível ultrapassar?

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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