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Rap em Portugal

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Música
Comentários: 4
Rap em Portugal

Em Portugal, o Rap é um estilo musical que divide opiniões. Uns consideram-no indispensável, outros criticam-no e ligam-no apenas a situações de droga, roubo, entre outras.

No entanto, o que será realmente o Rap no nosso país?

Para nos informarmos pedimos a colaboração do rapper Kamões.

Kamões é um exímio letrista e cantor de 30 anos, da zona de Carcavelos, que aceitou ajudar-nos na nossa tarefa de definir o Rap nacional, respondendo a uma pequena entrevista.

1.Primeiro que nada, qual a tua opinião do rap/ hip-hop português?
O Rap/Hiphop Português está no bom caminho, tem vindo a evoluir bastante mas infelizmente existem muitas pessoas que criam dramas a partir do nada dentro do meio e há muita inveja infelizmente, tirando isso acho que tem tudo para evoluir ainda mais, existem muitos talentos de norte a sul de Portugal.

2.Achas que há uma diferença substancial entre Norte e Margem Sul?
Nota-se uma difernça em termos de flow , diria que são estilos distintos e pelas experiencias que ja vivi notei que existe muito mais união no movimento do norte.

3.Consideras que a lírica e os temas variam também?
Em parte variam.

4.Em que medida?
Por exemplo cá em baixo ouve-se mais o chamado Rap de rua, gangster rap, etc. No norte são letras mais conscientes , não quero dizer que seja assim por norma, porque há de tudo um pouco em todo o lado.

5.Muitas pessoas consideram que o Rap da Margem Sul incentiva mais a violência e os submundos, enquanto que o do Norte prefere os pilares de educação e prevenção de questões como as drogas. Concordas?
É assim, como disse na pergunta anterior , há de tudo um pouco por todo o lado, mas em certa parte concordo.

6.Mudando de assunto, achas que o Rap pode voltar a funcionar como música de intrevenção, como já foi no passado?
O Rap ainda é musica de intervenção.

7.E consideras que tem visibilidade suficiente para mudar o atual estado do país?
Acho que ainda não tem a visibilidade para tal, mas é capaz de ter poder para tal.
8.Caso ganhasse essa visibilidade, que rapper achas que faria um som que mudasse o País?
(momento para pensar) Dealema, não é um rapper mas sim uma banda. Eles têm mesmo muita consciência, e a visão deles é uma visão construtiva. Até a própria mensagem é construtiva.

9.Falando em ti, qual das tuas músicas achas que te define como pessoa?
O som Regressão e o som Confidências. Está ali muito sentimento, são os dois que me retratam mais enquanto pessoa.

10.Para terminar, o que pretendes fazer no teu futuro musical?
Para começar tenho um concerto dia 6 de julho, nas Festas de Carcavelos. Depois vou continuar a fazer música por enquanto. Muitas coisas hão de vir espero eu. De momento estou a gravar o meu 3º álbum, mas antes disso vai sair o EP da minha banda (3ºDireito). Espero que no futuro haja saúde, felicidade e muita música.

Ficámos assim mais esclarecidos acerca do Rap português, pela boca de um grande rapper.
Obrigada pela leitura, esperamos que tenham gostado!


Patrícia Carvalho

Título: Rap em Portugal

Autor: Patrícia Carvalho (todos os textos)

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Comentários     ( 4 )    recentes

  • SophiaSophia

    13-05-2014 às 19:44:41

    No Brasil ocorre a mesma situação, o rap é visto como algo perigoso e somente por grupos violentos, drogados. Muita gente já aceitou o rap, mas ainda ele sofre as pressões da sociedade.
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoNuno

    19-07-2012 às 22:19:53

    em relação a pergunta 6 ate a 8 pergunta acho que rapper/MC com um álbum de pura intervenção dos últimos tempos é a do Chullage-Rapressão vol1 pesquisa e diz-me se tenho ao não razão os Dealema tem um grande album alias fui ao concerto de apresentação no Hardclub mas não considero musica de intervenção...

    ¬ Responder
  • Patrícia CarvalhoPatrícia Carvalho

    18-08-2012 às 00:30:47

    Provavelmente, mas a pergunta não era quem estava a fazer neste momento, mas quem teria capacidade de fazer algo em grande ;)

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoJose

    02-07-2012 às 11:13:56

    Isto sim é um Rapper, Continua assim e força..
    Portugal esta no bom caminho para um Rap muito bom

    ¬ Responder

Comentários - Rap em Portugal

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Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: DVD Filmes
Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.\"Rua
Este texto irá falar sobre o filme Ex_Machina, nele podem e vão ocorrer Spoillers, então se ainda não viram o filme, vejam e voltem depois para lê-lo.

Impressões iniciais:

Ponto para o filme. Já que pela sinopse baixei a expectativa ao imaginar que era apenas mais um filme de robôs com complexo de Pinóquio, mas evidentemente que é muito mais que isso.

Desde as primeiras cenas é possível perceber que o filme tem algo de especial, pois não vemos uma cena de abertura com nenhuma perseguição, explosão ou ação sem propósito, típica em filmes hollywoodianos.
Mais um ponto, pois no geral o filme prende mais nos diálogos cerebrais do que na história em si, e isso é impressionante para o primeiro filme, como diretor, de Alex Garland (também roteirista do filme). O filme se mostrou eficiente em criar um ambiente de suspense, em um enredo, aparentemente sem vilões ou perigos, que prende o espectador.

Entrando um pouco no enredo, não é difícil imaginar que tem alguma coisa errada com Nathan Bateman (Oscar Isaac), que é o criador do android Ava (Alicia Vikander), pois ele vive isolado, está trabalhando num projeto de Inteligência Artificial secreto e quando o personagem orelha, Caleb Smith (Domhnall Gleeson), é introduzido no seu ambiente, o espectador fica esperando que em algum momento ele (Nathan) se mostrará como vilão. No entanto isso ocorre de uma forma bastante interessante no filme, logo chegaremos nela.

Falando um pouco da estética do filme, ponto para ele de novo, pois evita a grande cidade (comum nos filmes de FC) como foco e se concentra mais na casa de Nathan, que fica nas montanhas cercadas de florestas e bastante isolado. Logo de cara já é possível perceber que a estética foi pensada para ser lembrada, e não apenas um detalhe no filme. A pesar do ambiente ser isolado era preciso demonstras que os personagens estão em um mundo modernizado, por isso o cineasta opta por ousar na arquitetura da casa de Nathan.

A casa é nesses moldes novos onde a construção se mistura com o ambiente envolta. Usando artifícios como espelhos, muitas paredes de vidro, estruturas de madeira e rochas, dando a impressão de camuflagem para a mesma, coisa que os ambientalistas julgam favorável à natureza. Por dentro se pode ver de forma realista como podem ser as smart-house, não tenho certeza se o termo existe, mas cabe nesse exemplo. As paredes internas são cobertas com fibra ótica e trocam de cor, um efeito que além de estético ajuda a criar climas de suspense, pois há momentos onde ocorrem quedas de energia, então fica tudo vermelho e trancado.

O papel de Caleb á ajudar Nathan a testar a IA de AVA, mas com o desenrolar da história Nathan revela que o verdadeiro teste está em saber se Ava é capaz de “usar”, ou “se aproveitar” de Caleb, que se demonstra ser uma pessoa boa.

Caleb é o típico nerd introvertido, programador, sem amigos, sem família e sem namorada. Nathan também representa a evolução do nerd. O nerd nos dias de hoje. Por fora o cara é careca, barbudão com uns traços orientais (traços indianos, pois a Índia também fica no Oriente), bebê bastante e ao mesmo tempo malha e mantém uma dieta saudável pra compensar. E por dentro é um gênio da programação que criou, o google, o BlueBook, que é um sistema de busca muito eficiente.

Destaque para um diálogo sobre o BlueBook, onde Nathan fala para Caleb:
“Sabe, meus concorrentes estavam tão obcecados em sugar e ganhar dinheiro por meio de compras e mídia social. Achavam que ferramenta de pesquisa mapeava O QUE as pessoas pensavam. Mas na verdade eles eram um mapa de COMO as pessoas pensavam”.

Impulso. Resposta. Fluido. Imperfeição. Padronização. Caótico.

A questão filosófica vai além disso esbarrando no conceito de “vontade de potência”, de Nietzche, mas sobre isso não irei falar aqui, pois já há textos muito bons por aí.

Tem outra coisa que o filme me lembrou, que eu não sei se é referência ou se foi ocasional, mas o local onde Ava está presa e a forma como ela fica deitada num divã, e questiona se Caleb a observa por detrás das câmeras, lembra o filme “A pele que habito” de Almodóvar, um outro filme excelente que algum dia falarei por aqui.

Talvez seja uma versão “O endoesqueleto de metal e silicone que habito”, ou “O cérebro positrônico azul que habito”, mesmo assim não podia deixar de citar a cena por que é muito interessante.

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Jhon Erik Voese

Título:Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

Autor:Jhon Erik Voese(todos os textos)

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Comentários

  • Suassuna 11-09-2015 às 02:03:47

    Gostei do texto, irei conferir o filme.

    ¬ Responder
  • Jhon Erik VoeseJhon Erik Voese

    15-09-2015 às 15:51:02

    Que bom, obrigado! Espero que goste do filme também!

    ¬ Responder

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