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Influência da música africana no mundo

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Música
Visitas: 168
Comentários: 19
Influência da música africana no mundo

A música africana exerceu grande influência sobre outras manifestações musicais no mundo. Toda a gente conhece os espirituais negros, cantados pelos escravos africanos levados para a América. Esses cânticos manifestavam a realidade quotidiana que eles viviam e era uma habilidade para assegurarem a sobrevivência cultural. Constituía uma fonte de conselhos e de valores comportamentais; uma afirmação da própria identidade étnica e cultural para quem vivia uma profunda tensão entre a esperança e a resignação, entre a alegria e a dor. A ideia-base dos espirituais é que a escravidão é uma afronta a Deus, é a negação da Sua vontade.

Também os calls (chamamentos) e os cries (gritos) do Sul dos Estados Unidos são uma herança africana. Há canções de protesto, de crítica social, outras que recordam episódios da vida quotidiana e feitos históricos. Há cantigas tristes e alegres, amargas e plenas de humor. Todas elas se encontram relacionadas com o ritmo do trabalho. Os calls que ressoavam nas plantações de algodão e de cana-de-açúcar, nos portos e nos locais de labor serviam para comunicar mensagens ou manifestar uma emoção.

Os blues eram os cânticos dos Negros do Norte estadunidense. Para os Brancos, os escravos negros eram apenas um nadinha superiores aos animais. Nos cânticos deles descobre-se a influência das canções do Sul. Os blues, cânticos trágicos da dor humana, provavelmente retiraram o nome da expressão inglesa to have the blues, que significa “estar dominado pela melancolia”, pelo desespero. Foram conhecidos como a “música do Diabo”, porque os cantores manifestavam o seu mal-estar, atribuindo-o ao Diabo ou à má sorte. O cantor fala sempre daquilo que não tem e nunca virá a ter. Não se nota neles uma atitude de revolta nem de desafio. O autor lamenta-se e procura unicamente sofrer o menos possível.

Também o jazz é um tipo de música que contém uma saudade da África. Não é música africana, mas não existiria sem a África. É resultado do encontro entre o “branco” e o “negro” no Sul dos Estados Unidos. No início, foi criado por músicos negros e era considerado como a expressão de uma minoria. Este género de música caracteriza-se pela improvisação e ritmo sincopado. É uma derivação dos espirituais e dos blues. Hoje, o jazz inspira muita da música moderna.

O famigerado banjo é a versão norte-americana de um tradicional instrumento africano de três cordas chamado akonting (ou ekonting, como é conhecido no Senegal).

É um instrumento tradicional do povo jola (ou diola, de acordo com a grafia em francês), utilizado pelos griots (classe de músicos itinerantes do Norte da África, algo semelhante ao trovador europeu), e de acordo com a tradição oral do mesmo povo, o instrumento teria surgido na vila de Kanjanka, onde hoje é a região de Casamança, no Sul do Senegal. Aliás, o nome dado à afinação mais comum do instrumento relembra tal tradição, pois recebe o nome de kan (como é chamado o som da corda de acompanhamento), jan (o som da segunda corda) e ka (o da terceira), ao invés do convencional ré-sol-fá, na tradição ocidental.

A partir de Casamança, o instrumento tornou-se parte da tradição musical da Guiné-Bissau e também da Gâmbia (mesmo porque os Jola estão distribuídos entre os três países, como convém à arbitrária e exploratória partilha da África feita pelos colonizadores europeus no final do século XIX). É bem semelhante ao banjo moderno, só que de dimensões maiores. O corpo é feito de uma grande cabaça recoberta com pele animal, sendo que o “braço” do instrumento consiste de uma larga vara que atravessa a cabaça. Possui três cordas, como já foi dito, dando uma o acompanhamento (assim como no banjo comum, de cinco cordas) e as outras duas, a melodia.

Onde está a ligação com o banjo? É só observar o formato do instrumento, o modo como é construído, a técnica usada para tocá-lo (a técnica designada o´teck assemelha-se bastante à mais antiga forma de se tocar banjo), o sistema de cordas de acompanhamento e coisas do género.

A ligação com a lusofonia? Casamança fez parte da Guiné-Bissau até 1886, quando foi incorporada no Senegal francês. Até hoje, a influência portuguesa é grande na área, havendo muitos Câmaras, Oliveiras, (o “Kamarrá” e o “Oliverrá”, ambos jogadores da selecção francesa, são naturais de lá).

Há ainda o dialecto crioulo, o mesmo da Guiné-Bissau, que lá também se usa como “língua franca”, além de tradições europeias e da religião católica, bem como nomes de localidades (Ziguinchor, a capital de Casamança e maior cidade, alegadamente deve o seu nome à expressão em português «cheguei e choram», fazendo referência aos africanos temerosos de estarem presenciando a sua vez de serem atirados para os temíveis navios negreiros portugueses.

Em acréscimo, o akonting deu origem a instrumentos similares em toda a região da população jola (na Guiné-Bissau e na Gâmbia, onde boa parte da população fala crioulo); há o buchundu, instrumento do povo manjaco (Guiné-Bissau e Gâmbia), o busunde (do povo papel, da Guiné-Bissau), e ainda o kisinta, dos Balantas, também da Guiné-Bissau.

Na verdade, todos estes instrumentos são creditados como ancestrais do banjo, aparecendo o akonting como o instrumento que mais se assemelha aos primeiros banjos norte-americanos, sendo por isso uma espécie de “elo perdido” na história musical dos Estados Unidos.

Apesar de o banjo ter surgido na parte norte da África Ocidental, certo é que os colonizadores portugueses, à semelhança dos donos de escravos norte-americanos, começaram a apelidar o instrumento de “banjo”, designação proveniente da palavra m´banza, que em quimbundo (a língua do segundo maior grupo étnico de Angola) significa “lar”, “cidade”, como provável referência ao “banzo” que os escravos negros deviam sentir ao apoiar os seus lamentos nas cordas do instrumento…


Maria Bijóias

Título: Influência da música africana no mundo

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

Visitas: 168

810 

Imagem por: Vikki Gregory's Flickr

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Comentários     ( 19 )    recentes

  • Marta

    25-09-2014 às 02:00:03

    Muito rico para mim sua matéria sobre a musica e suas diversas facetas. Estou fazendo um trabalho sobre musica no contexto da escravidão africana. Tem algum material para me indicar? Grata

    ¬ Responder
  • caio

    10-06-2015 às 15:05:21

    problema seu..

    ¬ Responder
  • SophiaSophia

    29-09-2014 às 17:41:23

    Olá, segue este link para vossa consulta:
    http://www.ruadireita.com/musica/info/a-musica-na-africa/
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãovinicius

    27-02-2013 às 07:18:18

    eu gosto muito da cultura africana

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãobruna

    30-11-2012 às 18:46:06

    muito bom para quem quer aprender

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãobruna

    30-11-2012 às 18:42:55

    muito bom para quem quer aprender

    ¬ Responder
  • sandra guanabara

    20-11-2012 às 01:38:35

    Estou estudando sobre ocontinente africano

    ¬ Responder
  • gabrielly

    13-11-2012 às 12:39:20

    eu acho interesante

    ¬ Responder
  • Sofia NunesSofia Nunes

    14-09-2012 às 11:45:48

    Como bem salienta no seu completo texto, a música africana serve de influência a outros géneros musicais, que nela se inspiram. É o caso, por exemplo, da world music constituída, como indica o nome, por variadas influências mundiais. Assim, mesmo que afirmemos categoricamente que não gostamos de música tradicional africana, ou que não é “o nosso género de música”, estamos muito provavelmente a consumir géneros musicais em que a sua influência é grande e importante.

    ¬ Responder
  • camila

    22-08-2012 às 13:51:05

    adoooro a musica africana kkk

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãopoliana

    10-11-2011 às 10:56:33

    ótimo o que vc faz um trabalho bem feito

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãopatricia

    21-10-2011 às 12:44:52

    wauu...muito bom, estou estudando sobre a música africana vinda ao Brasil, estou gostando de td q estou vendo.

    ¬ Responder
  • wendersonwenderson

    02-10-2011 às 13:33:34

    estou estudando sore a musica afro estou achando muito legal.

    ¬ Responder
  • italoitalo

    26-08-2011 às 19:51:36

    Nossa eu so profesor e nunca vi uma pesquisa tao boa como essa parabens

    ¬ Responder
  • Janaina Cintibeatriz

    26-05-2011 às 19:20:47

    gosteii deu pra aprender um pouco sobre africa

    ¬ Responder
  • renaldo jaime cardoso(Mole)renaldo jaime cardoso(Mole)

    02-03-2011 às 07:13:12

    ola adorei sobre a paciencia que tiveste de especificar e pesquisar sobre musica africana. Eu sou estudante do curso superior de musica na Universidade Eduardo Mondlane(Mocambique) e pretendo ter sempre contacto com a sua pessoa atraves email sobre cultura e musica africana em particular de Mocambique

    ¬ Responder
  • itaianaitaiana

    09-11-2010 às 18:45:27

    adorei o texto
    é muito informativo

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãocarolina

    05-11-2010 às 00:21:40

    muito boa essa pesquisa !!

    ¬ Responder
  • Corretor OnlineCLEUSA

    21-11-2009 às 19:01:17

    trabalho,,teatro musica e dança afro.
    Coordeno o coral municapal afro thulany
    da cidade de limeira s.p ,apreciei bastante
    e seu site..parabens..

    ¬ Responder

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A história da fotografia

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Fotografia
A história da fotografia\"Rua
A história e princípios básicos da fotografia e da câmara fotográfica remontam à Grécia Antiga, quando Aristóteles verificou que os raios de luz solar e com o uso de substâncias químicas, ao atravessarem um pequeno orifício, projetavam na parede de um quarto escuro a imagem do exterior. Este método recebeu o nome de câmara escura.

A primeira fotografia reconhecida foi uma imagem produzida em 1826 por Niepce. Esta fotografia foi feita com uma câmara e assente numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo, tendo estado exposta à luz solar por oito horas, esta encontra-se ainda hoje preservada.

Niepce e Louis –Jacques Mandé Daguerre inciaram em 1829 as suas pesquisas, sendo que dez anos depois foi oficializado o processo fotográfico o nome de daguerreótipo. Este processo consistia na utilização de duas placas, uma dourada e outra prateada, que uma vez expostas a vapores de iodo, formando uma pelicula de iodeto de prata sobre a mesma, ai era a luz que entrava na camara escura e o calor gerado pela luz que gravava a imagem/fotografia na placa, sendo usado vapor de mercúrio para fazer a revelação da imagem. Foi graças á investigação realizada por Friedrich Voigtlander e John F. Goddard em 1840, que os tempos de exposição e revelação foram encurtados.




Podemos dizer que o grande passo (não descurando muitas outras mentes brilhantes) foi dado por Richard Leach Maddox, que em 1871 fabricou as primeiras placas secas com gelatina, substituindo o colódio. Três anos depois, as emulsões começaram a ser lavadas com água corrente para eliminar resíduos.

A fotografia digital


Com o boom das novas tecnologias e com a capacidade de converter quase tudo que era analógico em digital, sendo a fotografia uma dessas mesmas áreas, podemos ver no início dos anos 90, um rápido crescimento de um novo mercado, a fotografia digital. Esta é o ideal para as mais diversas áreas do nosso dia a dia, seja a nível profissional ou pessoal.

As máquinas tornaram-se mais pequenas, mais leves e mais práticas, ideais para quem não teve formação na área e que não tem tempo para realizar a revelação de um rolo fotográfico, sem necessidade de impressão. Os melhores momentos da nossa vida podem agora ser partilhados rapidamente com os nossos amigos e familiares rapidamente usando a internet e sites sociais como o Facebook e o Twitter .

A primeira câmara digital começou a ser comercializada em 1990, pela Kodak. Num instante dominou o mercado e hoje tornou-se produto de consumo, substituindo quase por completo as tradicionais máquinas fotográficas.

Sendo que presentemente com o aparecimento do FullHD, já consegue comprar uma máquina com sensores digitais que lhe permitem, além de fazer fotografia, fazer vídeo em Alta-Definição, criando assim não só fotografias quase que perfeitas em quase todas as condições de luz bem como vídeo com uma qualidade até agora impossível no mercado do vídeo amador.

Tirar fotografias já é acessível a todos e como já não existe o limite que era imposto pelos rolos, “dispara-se” por tudo e por nada. Ter uma máquina fotográfica não é mais um luxo, até já existem máquinas disponíveis para as crianças. Muitas vezes uma fotografia vale mais que mil palavras e afinal marca um momento para mais tarde recordar.

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Autor:Bruno Jorge(todos os textos)

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Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    05-05-2014 às 03:48:18

    Como é bom viver o hoje e saber da história da fotografia. Isso nos dá a ideia de como tudo evoluiu e como o mundo está melhor a cada dia produzindo fotos mais bonitas e com qualidade!

    ¬ Responder

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