Salvo pela porta
Sejam maiores ou mais pequenas, feitas deste ou daquele material, a abrir para dentro ou para fora (e a fechar em sentido inverso, bem visto), de correr, de empurrar ou puxar, o importante é haver sempre uma porta.
De outro modo, onde se iria dar com o nariz quando alguém bate e não se lhe abre? Ou como determinar se um certo estabelecimento está em horário laboral ou encerrado? E que local mais visível arranjar para afixar anúncios de lucrativos trabalhos em part-time, que posteriormente se vêm a revelar fraudulentos?
Já para não falar da vertente de “cabide”, em que se penduram as habituais placas de «Volto já», que, em muitos casos, bem poderiam mudar a inscrição para: «Até logo», ou «Volto amanhã» …
As portas constituem, para além da sua primordial função protectora, barreiras de som. Por isso, é diferente a reacção quando alguém diz a um adolescente: «Vai lavar a loiça!», tendo este a porta do quarto fechada, e depois quando decide abri-la para que o jovem ouça melhor…
Como foram concebidas para os dois sentidos, há portas que se abrem e que se fecham. Quem tem “cunhas” até pelo buraco da fechadura entra, mas aqueles que estão por conta própria têm de se confortar com a certeza de que «Deus quando fecha uma porta abre uma janela» …