Precavenha-se contra os “lobos maus”!
No conto que a Disney reformulou e apresentou ao mundo em 1933, mas que continua tão actual como sempre, Prático, Heitor e Cícero eram três irmãos de raça suína. Um dia, decidiram que estava na altura de cada um construir uma casa própria. Cícero era adepto da lei do menor esforço e defensor acérrimo da preguiça. Assim sendo, e dada a pressa que tinha em despachar-se para estar mais tempo sem fazer nada, decidiu construir uma casa de palha. Heitor, por seu lado, que queria algo melhor e mais consistente, porém sem um esforço exagerado, pois considerava-o acima das suas forças, edificou em madeira. O mais trabalhador, Prático, fez jus ao nome e não se deteve a calcular as gotas de suor que iria despender. Pelo contrário, usou da qualidade que o seu nome evoca para erigir em pedra, qual espelho da sua personalidade e vontade férrea, que dificuldade alguma abalaria. Quando veio o lobo mau, esta foi a única que resistiu ao ataque do bicho furioso, ávido por um porquinho na brasa.
No mundo real, talvez não haja porcos a erguer casas (embora não se possa dizer o mesmo de certos serviços que se prestam…), nem lobos com uma potência torácica capaz de as fazer ir pelos ares. Contudo, existem, e com uma incidência crescente, intempéries violentas e catástrofes naturais, para além da inevitável erosão do uso e do passar do tempo. Para além de confortáveis, as construções querem-se seguras, resistentes e duráveis. Todavia, estes objectivos só se concretizarão se houver profissionalismo e consciência por parte de quem é responsável. Em muitas obras, nem os mínimos são cumpridos. Perante a inspecção, que parece fazer-se anunciar por um qualquer “espírito santo de orelha”, aparenta estar tudo nos conformes; não obstante, e provavelmente devido à enorme escassez destas visitas, não subsiste, em inúmeros casos, a solidez simulada. Depois, vem o “lobo mau” do fogo, do vento, da chuva, de um raio, … e já se sabe o fim!