Um Manuscrito antigo que hoje revelo-”Fenómenos da Natureza”
Na imensidão negra, de repente, pequenas pontinhas brilhantes aparecem sorridentes acenando para baixo como que nos lembrando que também existem. Em seguida, mais e mais estrelas aperecem sabe-se lá de onde, para num belo ritual se juntarem à lua para conferenciar sobre a noite seguinte.
Mais tarde, pela noite dentro, surge uma sombra ocultando metade da nossa velha amiga.
Depois outra nuvem se junta á primeira e, por momentos, o famoso luar desaparece. É noite cerrada. Não se vê um palmo diante do nariz.
Permanesse assim uma boa meia hora. Depois, a nossa amiga espreita de novo. Redonda que nem uma bolacha apetitosa, disfarça e recolhece-se novamente. Sendo que volta a formar-se uma imensa cortina escura.
É quase manhã. Apesar da noite cerrada já se ouve o cocoricó do galo. Lentamente começa a clarear, embora a nossa velha amiga continue muito serena no seu lugar mostrando que enquanto o sol não nascer, permanecerá ali.
Então a escuridão desaparece, dando lugar a uma claridade tão imensa que nos encadeia. Da lua já não há sinal.
Agora é a vez do sol. De mansinho espreita o céu, mostrando a sua capacidade de encher o mundo de cores e aquecendo alguns de nós. E digo alguns de nós, visto nem todos se levantarem cedo para observar com gosto este fenómeno belo e espetacular que a natureza nos oferece dia após dia.
O tempo não para. E já passou mais um dia. O sol como que sentindo uma certa mágoa, prepara-se para dizer adeus. Mais uma vez é possível notar um incrível cenário. O céu enche-se de tons tão quentes que parece que vai pegar fogo a qualquer momento. O vermelho, o amarelo e o laranja juntam-se num só tom fascinando-nos com a sua beleza.
Até que, por fim, a nossa velha, bela e luminosa amiga, a lua, volta a lembrar que existe e impõe-se para ficar mais uma noite.
Manuscrito criado dia 26/10/2007 e revelado agora.
Por Jovita Capitão