Rascunhando o Passado
Quando chegou lá no campo de batalha a criança foi alimentada de pão e água, apenas e foi criada por homens de preto que nunca mostravam o rosto e a rotina da criança fora árdua desde quando completou quinze anos, quando ele foi recrutado pelos terroristas e começou a almejar o mais alto cargo. Sem nunca ter frequentado uma escola, ele, para sobreviver começou a realizar pequenos furtos e roubos.
- O que pretende fazer comigo rapaz? - pergunta a moça encorajando-se.
- Deixar-lhe viva é que não vai ser!
- Por que faz isso? Não tem pai e nem mãe.
- Infelizmente não os conheço por até hoje eu ser criado pelo avô nas ruas, onde a nossa única forma de sobrevivência é por meio de roubos e pequenos furtos!
- Todo de preto e encapuzado?
- Sim.
- Não têm amigos que lhe possa ajudar com seu avô?
- Só os que fazem a mesma coisa para viver.
- Qual é o seu nome?
- Sílvio.
- Que nome diferente!
- O meu avô acha azótico.
- Legal! Você não vai me dizer para onde está me levando? Você me machucou.
Sílvio mais uma vez se cala, deixando a menina ainda mais com medo até que após duas horas de caminhada e ter chegado ao alto de um penhasco, ele à empurra para que caía, no entanto ao vê-la desesperar e antes que caísse do alto do abismo que parecia não ter fim, ele consegue salvá-la e depois de ser salva, ela o acerta com vários golpes de luta até que consegue imobilizá-lo e à partir daí, ele começa a abrir o jogo ao ver-se derrotado.
- Vai abrir o jogo ou não?
- Eu não faço ideia de quem seja minha mãe e, muito menos, o meu pai.
- Como assim?
- Não sei nada. Muito menos o meu nome!
- Ah, tá. E de onde tirou esse nome?
- Foi o primeiro que veio à mente. Tem uma parte da minha história que não conheço. Já conheceu alguém que tenha vivido sem infância?
- Não. Por que 'sem infância'?
- Que pergunta difícil!
- Você não sei quem são. Não faço ideia de quem possa ser meus pais?
- Como você tem vivido esses anos? Quantos anos você tem?
- Roubando e assassinando. Dezoito e daqui dois meses eu faço dezenove! Você tem família?
- Eu tenho. Se você visse uma estrela cadente, qual sonho pediria para ser realizado?
- Uma única oportunidade de viver minha infância ao lado dos meus pais [...]. - Desatou a chorar aos prantos.
- Olha eu vou te deixar um dinheiro e eu vou embora. Eu ainda tenho uma questão sem resposta, você se importa em responder?
- Por que não me matou?
- Eu viu seus olhos lagrimejar quando engatilhei o armamento [...].
- Que dia é seu aniversário?
- Trinta de dezembro.
- Olha, que legal! Comemora junto com a virada de ano.
- Você que pensa! Nunca comemorei o meu aniversário.
- Nossa! Que avô é esse?
- Vai embora! Ele vai achar ruim da minha demora.
- Calma! Espera. Você não vai querer o dinheiro?
- Bem lembrado! Estou com uma fome de leão.
- Imagino! - Pegando uma nota de cem reais de sua carteira.
- Obrigado! Você é corajosa.
(Riu sem graça a menina).
- Por quê?
- É uma raridade ver alguém andar com uma nota de cem reais na carteira hoje em dia.
- Ah. Agora vai! Amanhã a gente se vê para eu te ajudar?
- Não quero abusar de sua bondade!
- Que isso menino! Não há problema algum em ajudar um amigo ou alguém que passe por necessidade.
- Está bem. Se insiste, pode ser aqui mesmo amanhã?
- Claro! Mas que horas?
- Não sei. Você tem celular?
- Tenho sim.
- Me passa o seu número para eu te ligar de um orelhão!
- Tá. Só deixa eu pegar um pedaço de uma folha de papel em branco aqui da minha agenda. - Encolheu o braço esquerdo e com o tronco empurrou a bolsa para frente, com o direito colocou sua mochila no chão e no bolsinho de fora e de lado, ela abriu, pegou um bloquinho de papel, anotou o seu número, deu para ele e perguntou-o: Você vai me ligar de onde?
- De um orelhão. Posso-lhe fazer só um pedido apenas como acho que coisa de estrela cadente seja apenas superstição.
- Claro que pode!
- Não acredito na versão que diz o meu avô em relação a morte de meus pais [...].
- Por que não?
- Sei lá. Ele me obriga a usar essa roupa preta, de rosto mascarado! Todos os amigos do meu avô têm uma tatuagem nas costas e me obrigou a fazê-lo recentemente.
- Posso ver essa tatuagem?
- Sim. - Ele tirou o calçado, a meia e mostrou à ela a tatuagem.
- Posso tirar uma foto?
- Não. Está doida?
- Por que não?
- O meu avô não me permite!
- Como assim? O corpo é seu e não do seu avô.
- Ele vai ficar muito bravo comigo!
- Está bem. Eu não vou insistir!
- Que bom! Pensei que iria me obrigar a ser grosso contigo.
- Tchau.
- Vai com Deus menina!
- Amém!
Quando a menina chegou em casa teve uma grande surpresa, pois ninguém lá estava e as coisas da sua casa estava toda destruída, inclusive o seu quarto e na parede estava escrito em árabe pedindo para que se afastasse se Sílvio. Quando ela abre seu guada roupa, desatou muito a chora muito a ver cadáveres de seus familiares lá e uma arma em cima de sua cama.
E, de repente, o telefone toca.
- Quem é? - Chorando. A menina atende ao telefone.
A pessoa anônima não responde e a menina ainda mais fica angustiada até que faz novamente a pergunta, quando passos o seu ouvido começa a ouvir que há cada instante parecesse apressar-se até a menina que chegou a desmaiar e nada mais ver ou ouvir.
O menino que, desde então, era apenas vitimada pelas circunstancias postas por aquele quem dizia ser seu avô quando na verdade foi roubado das mãos da mãe, foi procurá-lo e depois de ter andado por toda a casa de madeira e não encontrá-lo decidiu ir para rua para ver, ao menos um sinal de fumaça até que um orelhão ele achou e ligou para a menina, no entanto o telefone dava toda hora ocupado.
Então, por sua vez, entrou novamente em sua casa sem desconfiar de nada de que seu avô estava o seguindo o tempo inteiro e resolveu aprontar com a coitada menina por quem tem se apaixonado desde quando à viu, não conseguindo tirá-la mais da cabeça.
Uma hora depois, o seu avô chegou em casa todo sujo de sangue.
- Onde o senhor estava meu avô? E,que marcas são essas em sua roupa [...].
- Trouxe uma coisa para você!
- O que é?
- Toma! - Dando-lhe uma caixa de chocolates.
Quando o menino abriu a caixa da qual pensava ter chocolates dentro viu uma foto da qual despertou a sua curiosidade que logo o fez fazer uma pergunta.
- O que significa isso?
- Não sei. Descubra! Você conhece essa menina?
- Não [...].
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Não tente mentir para mim, eu te vi no maior papo hoje com ela!
- Como? Você estava me seguindo?
O velho sorriu ironicamente.
- O que você fez com ela?
- Vai atrás dela e descubra você mesmo!
- Mas eu não sei onde ela mora!
- Se eu sei, como você não vai saber [...].
- Você seguiu ela até onde mora!
- Você lembra do rosto de seus pais?
- Nem os conheci. Como eles são?
- A sua mãe era muito feia quando jovem, ela tinha um cabelo liso, mas de duas cores misturadas, olhos tão pequenos como a de um morcego [...]. - Riu diabolicamente.
- Isso é mentira!
- Prova!
- Você não é meu avô coisa nenhuma e eu não vou sucegar enquanto encontrar os meus pais verdadeiros!
- Como não?
- Eu não sei ao certo o que aconteceu, mas quando descobri você não perde por esperar [...].
- O que quis dizer com isso?
- Fica vendo! - Saiu pela porta pisando forte no chão.
- Aonde você vai?
- Não lhe interessa!
- Se der mais um passo eu atiro! Que número é esse ao lado da televisão? É da garota?
- Não te interessa [...].
- Posso ligar para ela? Vamos lá. Será que está tudo bem?
- Não. Não está! O que você está pretendendo fazer [...].
O avô discou o número.
- Alô. Querida!
- Quem é? - Perguntou um rapaz.
- Quem é você? Cadê a menina indefesa?
- Aqui é a casa da menina indefesa que você destruiu e aqui quem fala é o detetive da polícia, Lucas.
- Esse número está registrado aqui!
Desligou o telefone, o avô.
- O que foi?
- Vamos embora daqui!
- O que aconteceu?
- Vamos embora! Cala a boca menino!
- Para onde?
- Não te interessa! Vamos logo!
De repente a Cirene da polícia, ao longe começa a suar e o velho começou a tremer frio com medo da polícia que não demorou muito a entrar e prender aquele quem dizia ser o avô do quando na verdade, o garoto foi roubada das mãos da mãe enquanto pai militar fora à guerra, onde morreu.
O menino que teve a casa invadida por terroristas e que quase não se torna como tal, descobre ali a sua verdadeira origem um tempo depois e a menina, que ficou órfã de toda sua família como esse garoto, perdoou o senhor não guardando ódio em seu coração e, antes que fosse morto dentro do presídio, ela o soltou mesmo se tratando de um terrorista e ter devastado a sua família, a do menino e de muitas pessoas. O menino e a garota começaram um romance à partir de então. Não se desgrudaram mais.
Fim!