Queimada Viva – Uma Literatura Sobre Direitos Humanos
Que são consumistas, muitas caprichosas, teimosas e mimadas.
A imagem das mulheres de hoje varia entre o orgulho e as super mulheres. São mães, trabalhadoras, que controlam a lida da casa e se não são elas que fazem, o seu estatuto profissional permite-lhes pagar pelo serviço.
Conduzem, levam os filhos à escola, participam na associação de pais, ditam modas e a publicidade televisiva está cada vez mais voltada para elas devido ao seu poder de compra.
Apesar de multifacetadas são mulheres, as mulheres de hoje continuam a transmitir o porto seguro e a oferecer colo. São carinhosas, ternurentas, estimam, cuidam e tratam. Verdadeiras super mulheres da sociedade moderna em que todos vivemos.
Em muitos países do mundo, mulheres que não se comparem a este moderno protótipo, não são mulheres da sociedade. Umas mais do que outras, todas são modernas e independentes.
No entanto, em muitos países do mundo, mulheres como estas são impossibilidades do dia a dia.
Esta situação é contada e descrita no livro “Queimada Viva” de Souad.
Souad vive na Cisjordânia e tem apenas 17 anos quando se apaixona. Para quem não conhece os costumes da Cisjordânia, este país aniquila os direitos das mulheres na totalidade, e se as mulheres casadas são vitimas de maus tratos, sem sequer o perceberem, as mulheres solteiras são prisioneiras de um mundo que muitos de nós não imagina.
Souad engravida do namorado, e cabe à própria família, em prol de manter o bom nome, regá-la com gasolina e queimá-la viva. Por milagre, Souad sobrevive e é transportada para um hospital onde as próprias enfermeiras lhe recusam assistência, sempre em prol do que consideram bons costumes. Sobrevive então à segunda tentativa de assassinato, desta vez um golpe programado pela sua mãe.
Ajudada por uma Holandesa, Souad é levada para a Europa e consegue recuperar, apesar das muitas mazelas físicas e traumas psicológicos permanentes. Decide então contar ao mundo, através deste grandioso todas as atrocidades que uma sociedade insiste em praticar.
De vida refeita, Souad recusa-se ao silêncio e é hoje a voz de muitas mulheres sofridas e mal tratadas em muitos países como a Cisjordânia.
Países onde não é permitido olhar em frente, instruírem-se, falar, cantar, ouvir, opinar e muito, muito menos amar.
Sem lei que as proteja, vai sentir-se revoltado, triste, ansioso através dos relatos da autora. Sem dúvida, uma obra obrigatória.
Comentários ( 11 ) recentes
- Sophia
09-05-2014 às 18:06:02Que história emocionante e bem interessante. Obrigada por compartilhar um pouco da vida de Souad. Ficamos sem entender como privar as mulheres de algo que faz tão bem.
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Cumprimentos,
Sophia - Daiany Nascimento
01-10-2012 às 18:39:41Ainda não li esta obra que me parece ser muito interessante: Queimada Vida. As mulheres, seres dotados da mais fantástica lei da natureza, são maltrapilhos de uma sociedade descrita nesta obra como perdida no mundo e no tempo. Sem lei que as proteja, vai sentir-se revoltado, triste, ansioso através dos relatos da autora. Sem dúvida, uma obra obrigatória. Agora, quando tiver a oportunidade, desejo ler para saber mais sobre o assunto tão importante tratado. Obrigada
¬ Responder - Nilson Uemoto
30-09-2012 às 17:10:35Esse livro relata a realidade de muitas mulheres que apesar do mundo moderno em que vivemos, em seus países ainda são vítimas de uma mentalidade atrasada que colocam questoes religiosas e políticas acima de qualquer direito que a mulher tenha como ser humano.Esse livro é uma ótima recomendação de leitura para que todos saibam como o sexo feminino em certas regiões ainda sofre com o machismo e preconceito
¬ Responder - Cristina Sousa
27-09-2012 às 15:30:23Lamentavelmente aconteceu, pois é o relato de uma história de vida. As sequelas de tamanha brutalidade serão tamanhas, que não haverá perdão nenhum que as apague. Infelizmente, ainda não são respeitados os direitos humanos, independentemente da cultura e religião. Nos dias que correm, ainda vemos pessoas que sofrem com as mais diversas descriminações, sejam raciais, culturais, religiosas, sociais, etc. O que move estes sentimos negativos é a imposição aos outros de uma filosofia de vida.
¬ Responder - Gabriela Torres
23-09-2012 às 01:32:44Existem muitos lugares onde os direitos humanos não são respeitados.Isso é um absurdo!É um verdadeiro crime contra a humanidade.Todos humanos deveriam ter seus direitos básicos garantidos,mas não é sempre assim que isso acontece.
¬ Responder - Sofia Nunes
22-09-2012 às 23:17:52Os direitos humanos são universais – uma vez que todos os países assinaram a Carta Universal dos Direitos do Homem. Ainda que os direitos humanos sejam constantemente desrespeitados, a verdade é que não são de forma tão flagrante e bárbara como em algumas culturas, onde as mulheres são vistas como pertença do marido, a quem devem deferência incondicional. Neste sentido, é importantíssimo termos conhecimento destas histórias reais, para que casos destes não continuem a acontecer.
¬ Responder - Daniela Vicente
10-09-2012 às 12:03:40Eu nunca li o livro Queimada Viva, pois sempre pensei que fosse mais um livro de ficção que tentava impressionar com o título. Após ler o seu texto estou cheia de vontade para ler, embora já não veja este livro à venda há algum tempo. Estou chocada pelo que aconteceu a esta mulher. Como é possível isto acontecer quando há tantas organizações de apoio aos Direitos Humanos? Não faz sentido isto acontecer a uma pessoa.
¬ Responder - Ana Marie
24-07-2012 às 09:56:16Já li este livro e adorei. A mim também me custava dormir e evitava lê-lo à noite, pois só me vinham à cabeça imagens daquilo que tinha lido. É de facto muito pesado, mas no fundo muito importante.
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Vivemos num país em que a Violência Domestica existe, mas isto não é violência, é um extermínio e verdadeiras atrocidades.
- Rodrigo
23-07-2012 às 11:49:17Até que ponto livros e noticias conseguem dar a estas mulheres os direitos de que necessitam e que afinal de contam devem ter por Seres Humanos que são.
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Vi uma vez uma noticia na televisão que me aterrorizou. Uma mulher, viúva, que ao manter uma relação com um homem solteiro e mesmo depois de enviuvar, sem o consentimento do pai e dos irmãos, foi apedrejada na rua, até que os graves ferimentos a colocaram em risco de vida. O filho (o do anterior casamento) foi-lhe retirado e aquela mulher, que não tinha causado qualquer dano, feito qualquer mal, viu-se abandonada e completamente escorraçada pela família e pela sociedade. Onde anda essa mulher agora? As imagens televisivas ajudaram-na de alguma forma? Não quero com isto dizer que os livros e a divulgação não ajude, antes pelo contrário, mas não é imprescindível outro tipo de atitudes para que situações desumanas terminem?
- Liliana
23-07-2012 às 11:48:46Sou completamente viciada neste tipo de livros. Relatos verídicos em que os personagens são pessoas como nós, feitos de uma fibra que julgamos desconhecer.
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Acho fundamental este tipo de leitura para que se tenha o conhecimento necessário de uma cultura que trata as mulheres de forma completamente desumana e onde nem uma fina casta conta na hora de julgar de forma abrupta. Li em tempos um livro intitulado “Princesa – A História Real das Mulheres Árabes” e também aqui se relatam coisas complicadas de gerir. Lutar pelos direitos das mulheres enquanto Ser Humano é o mote dado a este livro extraordinário.
- Adriana
19-07-2012 às 12:17:53Eu já li este livro. Apostem que nunca mais vou conseguir ler um livro idêntico. Deixei de dormir. Foi demasiado pesado e demasiado agressivo. Livros que falem sobre direitos humanos são sempre marcantes, mas este tipo de livros tira-nos o sono.
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Sei que falam de uma realidade e de uma cultura que está cada vez mais exposta e mesmo sendo alvo de criticas constantes e de manifestações pelos direitos, são sempre difíceis de assistir, mesmo que em palavras. Livros destes são necessários para que o mundo inteiro conheça o que se passa noutras culturas. Um relato na primeira pessoa que literalmente tira o sono a qualquer um.