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Jesusalém

Categoria: Literatura
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Jesusalém

«Jesusalém» é um livro do escritor moçambicano Mia Couto, publicado em 2009 pela Editorial Caminho, composto por 296 páginas de jogos de afectos e desafectos protagonizados por personagens com nomes tão caricatos como Dordalma e Silvestre Vitalício, entre outros.

Nas palavras do próprio autor, esta produção literária narra a saga de um homem que, perturbado pela morte da mulher, resolve matar o mundo e ir com os filhos e o criado Zacarias Kalash para um sítio longínquo e quase impraticável, erigindo numa casa em ruínas o seu refúgio, que apelida de Jesusalém, cuja tradução daria algo do género: o lugar onde Deus virá para ser perdoado. Não obstante, na tabuleta indicativa de Jesusalém, figuram os dizeres: «Seja bem-vindo, Senhor Deus.»

O objectivo de Silvestre Vitalício, com esta fuga seguida de nova construção é a instauração de um mundo e de uma Humanidade, uma ordem diferente. De facto, a gramática e a sintaxe são outras. Jesusalém seria, por assim dizer, um novo mundo dentro do velho mundo, mas que não receberia deste influências nem qualquer tipo de “contaminação”, como se a liquidação do passado imposta por Vitalício funcionasse como uma redoma protectora. A espera de Silvério Vitalício pelo regresso de Deus dar-se-ia, deste modo, num espaço que não é terrestre nem celeste, que é mais um “não-lugar”.

Os habitantes de Jesusalém resumem-se a Mwanito, o “afinador de silêncios” (que é também o narrador), Ntunzi, o seu irmão mais velho, o pai (Silvério), Zacarias Kalash, um amigo deste, ex-militar, que desempenha as funções de serviçal, um tio que aparece a visitá-los e uma jumenta, a Jezibela.

Reconhece-se incapacidade de Silvério fazer o luto pela mulher (e que está na base do seu exercício de uma enorme opressão em Jesusalém) uma translação da inaptidão de Moçambique em fazer o luto pela guerra civil e do recurso à amnésia colectiva como asilo.

«Jesusalém» é uma obra de personagens com citações de Jean Baudrillard, sociólogo e poeta francês, de Herman Hesse, escritor, de Adélia Prado e Hilda Hilst, poetisas brasileiras, da portuguesa Sophia de Mello Breyener Andresen e da argentina Alejandra Pizarnick. Trata-se de uma trama que faz, de alguma maneira, lembrar o videoclip da canção «Return to Inocence», porque é como se tudo se passasse ao contrário. Por exemplo, uma vez em Jesusalém, Silvério vaticina que todos os que lá viverem serão “desbaptizados”.

No final, porém, os exilados voltam ao mundo que tinham deixado e os enigmas inaugurais esbatam-se nas inferências finais. No entanto, há que exaltar a reinvenção da língua e a erudição com que Mia Couto fabrica este enredo de realismo mágico africano, tão característico seu.


Maria Bijóias

Título: Jesusalém

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Imagem por: That Canadian Grrl

Comentários - Jesusalém

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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