Como não Morrer
Não obstante, e ao contrário do que esta introdução possa sugerir, não se trata de uma obra pesada, enfadonha ou demasiado técnica, contrabalançando, ao invés, humor com casos reais, para mostrar como funciona o corpo humano e como fazer para cuidar dele de uma maneira mais inteligente e saudável, numa perspectiva de incrementar a longevidade e a qualidade de vida. Com uma média de mil autópsias feitas por ano, esta médica legista deve conhecer realmente bem os meandros das nossas entranhas e das causas de muitíssimos males!...
Segundo Jan Garavaglia, a principal razão da morte prematura é a idiotice. Lapsos momentâneos de atenção enquanto se conduz e fala ao telemóvel ou retoca a maquilhagem em simultâneo ou insistir em fumar, comer mal e não fazer exercício, apesar de todas as recomendações, consubstanciam modelos de um quadro de motivos idiotas de falecimentos antes do tempo. Por exemplo, muita gente não sabe que, em andamento, ter as janelas do carro abertas aumenta o risco de consequências mais graves ante um acidente, pela possibilidade de a pessoa ser mais facilmente cuspida da viatura. A distracção, a velocidade e uma taxa de alcoolemia elevada engrossam, igualmente, o rol de assassinos na estrada. Nesta lista, mas noutro âmbito, encontram-se ainda a falta de controlo e/ou tratamento para a hipertensão arterial, colesterol e diabetes, assim como o desprezo por um check-up anual.
Jan Garavaglia, tanto no livro «Como não Morrer», como no seu programa de televisão «Medical Examiner» (que vai para o ar diariamente no canal Discovery Home & Health, onde é conhecida por D.ra G.), faz o relato de episódios verídicos de pessoas que perderam a vida por simples descuidos. Narra situações que habitualmente banalizamos ou às quais não atribuímos grande valor, como a de um homem a quem a escassez de fibras na alimentação (presentes nas frutas e verduras) provocou a destruição do cólon e uma inflamação fatal! Para a D.ra G., a vida é feitas de escolhas e o esforço vai no sentido de fazer compreender às pessoas a própria saúde e dar a conhecer os resultados dessas mesmas escolhas, porque só assim poderão cuidar devidamente de si e dos que têm a seu cargo. Ela defende que é preciso ouvir o corpo e não ignorar os sinais que ele envia quando algo não está bem. Efectivamente, ele constitui um registo fidedigno de como alguém viveu, morreu e de que forma a morte poderia ter sido protelada. A lição fundamental a tirar deste livro é que a vida é preciosa!