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Capítulo 3 – O guarda noturno.

Categoria: Literatura
Capítulo 3 – O guarda noturno.

- Não, não! Ninguém morreu, não! – a voz no telefone parecia ter certeza do que dizia, mesmo assim a mulher do outro lado da linha insistiu.
- Mas, eu preciso saber se o senhor olhou direito!

- Dona Isolete, eu já lhe falei mais de uma vez. Ta tudo bem aqui. Teve um acidente de carro... isso, mas o carro preto só bateu no cone que marcava a vaga da senhora. Ninguém se machucou.
- É que meu filho ouviu um barulho ontem e como o senhor é guardião da escola à noite eu pensei que o senhor tivesse visto alguma coisa.
- Pois, foi isso que eu acabei de lhe dizer.
“Eu estava trabalhando ontem, já tinha acabado a reza do padre no rádio e saí pra fazê a primeira ronda. Como não tinha aluno tava tudo muito quieto e vazio.

Só tinha luz no bloco dos professor.
Eu vi o professor Eduardo saindo e abri o portão pra ele, mas ele tava estranho, parecia que não tinha durmido direito.
Foi então que o carro preto dobrô a esquina chutado e pegou em cheio no seu cone dona Isolete.”
- Mas, fique tranquila que nem o motorista se machuco, não estragou carro, foi só um susto mesmo.

- Ah, que bom né. Então até Joarez, tudo de bão pro senhor, que Deus lhe cuide. E avise os menino que depois de terça eu já to voltando.
- Tá bão Dona Isolete, a senhora também. Deus lhe cuide!
Assim que desligou o celular Joarez ligou novamente a Vap e continuou limpando o sangue do asfalto. Um pouco escorria pela lateral que não tinha calçada e formava uma lama de um vermelho escuro capaz de embrulhar o estomago de quem visse.

A diretora da escola, apareceu no portão e gritou para o vigia:
- Joarez, já não tá no final do seu turno?
- Tá sim, senhora! Mas, vô só terminar aqui já to indo. A senhora quer que eu feche a escola?
- Não precisa não, tenho umas coisas aqui pra resolver. Acho que vou gastar meu sábado todo nisso. Só deixe as chaves na secretaria quando for embora e bom descanso. – foi o que pode ouvir como resposta da mulher que já ia entrando de volta no pátio.
- Eita, que bem no fim essa história vai acabar sobrando pra mim. Mais vo dizer uma coisa. Alguém morreu aqui, mas eu não fui quem matou. Vocês leitor que vão ter que adivinha.
E com um sorriso no rosto o Joarez desligou a maquina Vap. Guardou tudo passou na secretaria e deixou seu molho de chaves, como tinha sido instruído a fazer.

Pegou seu casaco no armário dos funcionários, atrás do refeitório no fim do corredor, logo depois do vestiário.
Quase se esqueceu do guarda-chuva que trouxera, pois achou que iria chover na noite passada, mas hoje de manhã cedo o sol já raiava forte.
Voltou para busca-lo e na segunda vez que estava chegando próximo da sala onde a diretora estava viu um jaleco branco com algumas marcas de sujeira e com alguns rasgos. Como já tinha encerrado o turno e não queria mais nem saber de assuntos macabros seguiu porta a fora o mais rápido que pode.

Chegou em casa e ao ser abordado pela esposa sobre o trabalho, disse apenas que “andou esquentando a cabeça com coisa que não entendia e acabou se arrependendo, mas que agora tava tudo tranquilo novamente.”
Deu um beijo nela, tomou seu café da manhã e foi dormir.
O que já era um costume e se para alguns o café tira o sono, para Joarez o faz dormir feito um bebê.

Continua...


Jhon Erik Voese

Título: Capítulo 3 – O guarda noturno.

Autor: Jhon Erik Voese (todos os textos)

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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